CGTP a que portugueses ‘se levantem’ e ‘se oponham’ à privatização da água

O secretário-geral da CGTP, Arménio Carlos, apelou hoje a que os portugueses «se levantem» e «se oponham» contra a privatização da água, no âmbito de uma iniciativa levada a cabo pela campanha ‘Água é de todos’, em Lisboa.

«o grande apelo que fazemos é que, tal como em relação a outras áreas,
é necessário que os portugueses se levantem e se oponham a qualquer tentativa
de privatização da água, tal como o governo está a defender», afirmou hoje
arménio carlos, em declarações à agência lusa, à margem da tribuna em defesa da
água pública, que decorreu hoje à tarde na praça do rossio e na qual foi um dos
intervenientes.

durante este ano, o governo prevê avançar com as privatizações da
tap, da ana – aeroportos de portugal, da cp carga, dos ctt, da águas de
portugal e da rtp.

o secretário-geral da cgtp defende que a privatização, «a
verificar-se, levaria a uma degradação significativa da prestação do serviço
público», além de significar «uma exploração ainda mais significativa daquilo
que são as situações com que os portugueses hoje vivem».

«é um bem público, da humanidade, de todos nós, portanto, é um
serviço público que tem que continuar como tal, não pode ser privatizado»,
sublinhou.

além de arménio carlos, a tribuna em defesa da água pública contou
com a intervenção, entre outros, do dirigente da confederação nacional da
agricultura (cna), joão vieira, do secretário-geral da fenprof, mário nogueira,
da coordenadora da frente comum dos sindicatos da administração pública, ana
avoila, de um representante do movimento de utentes dos serviços públicos
(musp), frederico tavares, e da presidente da associação água pública, luísa
tovar.

enquanto decorriam as intervenções, foram recolhidas assinaturas
para a iniciativa legislativa de cidadãos “protecção dos direitos individuais e
comuns à água”.

a campanha “água é de todos” foi lançada inicialmente em 2008,
tendo sido relançada em julho do ano passado por dez organizações que
constituem a comissão promotora, entre elas a associação água pública, a cgtp,
a cna, o musp, e o sindicato nacional dos trabalhadores da administração local
(stal).

quanto a um possível aumento do preço da água canalizada, que a
ministra da agricultura, do mar, do ambiente e do ordenamento do território,
assunção cristas, assegurou na segunda-feira que não acontecerá este ano,
porque as tarifas já foram fixadas, arménio carlos é taxativo a considerar que
não existem razões para aumentos.

«para a cgtp a resposta é muito simples, não há nenhuma
justificação para se aumentar a água, como não há nenhuma justificação para se
aumentar a energia ou os combustíveis. pelo contrário, o que neste momento se
justifica é que seja implementada em portugal uma verdadeira política de
concorrência entre as empresas para fazer baixar os preços e não de
cartelização, como neste momento se está a verificar para levantar os preços à
custa da redução dos rendimentos das famílias e do aumento dos preços dos bens
e serviços que lhes são prestados» afirmou.

lusa/sol