Monarquia. As mulheres malditas das casas reais

A nova namorada do príncipe Harry de Inglaterra, a atriz Meghan Markle, tem dado algumas dores de cabeça à casa real britânica, depois de terem sido divulgadas informações sobre o seu passado. Mas este é apenas o mais recente escândalo de um rol de polémicas que trouxeram problemas às várias coroas europeias

Internet. O passado da nova namorada de Harry

Harry já esteve envolvido com várias mulheres, mas nunca uma namorada do príncipe de Inglaterra deu tanto que falar. Meghan Markle, atriz conhecida pela sua participação na série “Suits”, viu o seu passado ser tornado público (e muito criticado) depois de se ter associado o seu nome ao de Harry: foram feitas entrevistas a ex-namorados, associações do seu nome a conteúdos pornográficos, reveladas fotografias íntimas e até a própria irmã disse que a jovem norte-americana era uma “alpinista social”.

A casa real britânica decidiu reagir através do Twitter, classificando os comentários feitos sobre a nova namorada de Harry como “racistas e sexistas”. 

“Os limites foram ultrapassados esta semana. A namorada de Harry, Meghan Markle, tem sido alvo de abuso e assédio. E muitas vezes de forma pública: a difamação nas primeiras páginas de jornais nacionais, o tom racista de comentários, o sexismo de bullies nas redes sociais e nos comentários de artigos online”, lê-se no comunicado emitido pelo Palácio de Kensington.

EUA. Eduardo VIII e a mulher casada

Muitas vezes um monarca vê-se obrigado a tomar decisões difíceis… mesmo no amor. Na década de 30, o rei Eduardo VIII de Inglaterra apaixonou-se por Wallis Simpson, uma socialite norte-americana. Além de não pertencer a uma família real, Simpson era casada e já tinha passado por um divórcio. Os ministros do Reino Unido opuseram-se a esta união, defendendo que o povo nunca iria aceitar uma mulher divorciada como rainha. Este matrimónio poria em causa a posição de Eduardo VIII como governador supremo da Igreja de Inglaterra, que proíbe o casamento de pessoas divorciadas enquanto os antigos cônjuges estiverem vivos.

Face à pressão da própria família e do povo britânico, Eduardo viu-se obrigado a abdicar do trono no mesmo ano em que o assumiu, em 1936. Casaram no ano seguinte, depois de a norte- -americana ter finalizado o seu segundo processo de divórcio, e viveram juntos até 1972, ano da morte do antigo rei de Inglaterra.

Extorsão. Ferguson apanhada por jornalista

A ex-mulher do príncipe André, irmão de Carlos, esteve envolvida em inúmeros escândalos… durante e depois do seu casamento com o filho da rainha Isabel II. 

A duquesa de York foi criticada por ter emagrecido excessivamente, por ter sido fotografada com um multimilionário norte-americano a beijar os seus dedos dos pés e por ter acumulado várias dívidas de milhares de libras. Mas a polémica que mais deu que falar ocorreu em 2010, quando o jornal “News of the World” escondeu câmaras numa sala e apanhou Sarah a exigir 750 mil libras (cerca de 878 mil euros) em troca de acesso ilimitado ao seu ex- -marido.  O jornal divulgou as imagens e extratos das transações bancárias, nos quais eram visíveis as transferências dos montantes referidos. “Não há forma de descrever um ato tão estúpido”, disse Ferguson numa entrevista à apresentadora norte- -americana Oprah Winfrey.

Fergie, como é conhecida, trabalha hoje em dia como autora e produtora de cinema.

Escutas. As conversas entre Carlos e Camilla

A relação entre o príncipe Carlos de Inglaterra e Diana Spencer sofreu vários golpes. Um deles era a infidelidade do filho da rainha Isabel II. 

Durante vários anos, o príncipe manteve uma relação extraconjugal com Camilla Parker Bowles, mulher com quem viria a casar em 2005. 

Numa escuta telefónica divulgada pela imprensa britânica, o príncipe foi apanhado a dizer que queria ser “o tampão” de Camilla para poder “viver dentro das suas calças”.

As conversas entre o príncipe e a sua amante fizeram correr muita tinta, com os jornais a divulgarem aos poucos e poucos várias partes dos telefonemas, que ainda hoje estão disponíveis na internet. 

Este escândalo fez com que o povo britânico tivesse, cada vez mais, uma pior impressão do filho da rainha de Inglaterra. Também Camilla não goza de altos níveis de popularidade – a atual mulher do filho de Isabel II vive na sombra de Diana, que ficou conhecida como “a princesa do povo”.

Suécia. Sofia, a princesa stripper

Carlos Filipe, filho dos reis Carlos e Sílvia da Suécia, apaixonou-se por Sofia Hellqvist, uma plebeia de 28 anos. Mas não foi a falta de sangue azul que deu dores de cabeça à casa real: antes de namorar com o príncipe, a jovem sueca já tinha sido stripper em clubes noturnos, manequim de lingerie, concorrente em reality shows parecidos com o conhecido “Big Brother” e protagonista de sessões fotográficas ousadas para revistas masculinas. 

Apesar dos escândalos, Sofia e Carlos Filipe acabaram mesmo por dar o nó. O primeiro filho do casal, Alexandre, duque de Södermanland, nasceu a 19 de abril deste ano.

Carlos Filipe é, neste momento, o quarto na sucessão ao trono da Suécia, a seguir à sua irmã mais velha, Victoria, à sua sobrinha e afilhada, Estela, e ao seu sobrinho, Óscar. Ou seja, existem poucas hipóteses de Sofia algum dia vir a ser rainha da Suécia. No entanto, a duquesa de Värmland – título que obteve após o matrimónio – participa em vários eventos reais.

Espanha. As mulheres de Juan Carlos e Filipe

Várias publicações internacionais insinuaram ao longo dos anos que o antigo rei de Espanha, Juan Carlos, teve várias amantes, mas a mais conhecida foi a alemã Corinna zu Sayn-Wittgenstein. 

Há quem diga que a famosa viagem ao Botswana que Juan Carlos fez com a sua amante – e onde foi fotografado com um elefante que tinha acabado de caçar – influenciou a sua decisão de abdicar do trono a favor do filho, Filipe. 

Apesar de não lhe serem conhecidas grandes paixões escandalosas, o atual rei de Espanha também se viu envolvido numa polémica. Quando foi tornado público o seu namoro com Letizia Ortiz, uma jornalista espanhola, a Casa Real não terá reagido muito bem. O povo dividiu-se: uns gostavam de ter uma pessoa “normal” no meio da realeza, outros defendiam que a falta de sangue azul deveria ser um fator eliminatório.

A tempestade acabou por passar e o amor foi celebrado: Filipe e Letizia casaram em 2004 e têm duas filhas, Leonor e Sofia.