Além da seca, houve pragas de varíola, de gafanhotos e de peste bovina. Esta última tinha aparecido na atual Somália em 1889, ano de nascimentos gloriosos e infames.
‘As coisas árduas e lustrosas/ Se alcançam com trabalho e com fadiga’, escreveu Camões. A Armada de Vasco da Gama já conseguiu dobrar o temível cabo. Mas outros perigos espreitam.
O Baedeker é hoje encarado como um símbolo do diletantismo das classes privilegiadas de Oitocentos. Talvez injustamente. Das 500 páginas sobre Paris e arredores, exatamente 101 são dedicadas ao Louvre.
Uma hora de leitura e ainda não tinha passado do primeiro capítulo. As minhas previsões estavam a revelar-se decididamente otimistas. Afinal qual era o problema deste livro para ter um tal efeito soporífero?
Maria de Lourdes Modesto fez uma preciosa recolha dos saberes e sabores de Portugal antes de serem levados «pelas incursões bárbaras do progresso». Cozinha Tradicional Portuguesa é um verdadeiro tesouro nacional. Com um preço a condizer.
Encontrar os gatafunhos no final do livro não foi apenas frustrante: foi como comprar um apartamento minimalista e descobrir que tinha um graffiti horrível a desfigurar as traseiras.
A liberdade que Paul Klee pôs na sua pintura não agradava a toda a gente – e decididamente não agradou aos nazis, que o arrumaram na gaveta de ‘arte degenerada’.
O filho tinha apanhado um tiro numa perna e contava histórias da guerra. O pai estava preso a uma cadeira de rodas e contava-lhe episódios da juventude.
A leitura pede silêncio, mas assim que se pousa o livro abre-se espaço para a arte dos sons.
A energia transbordante de uma ‘força da natureza’, um clássico da literatura autobiográfica e as meditações de um neurocirurgião sobre o fim da vida são algumas das sete propostas de leitura que deixamos para estes dias quentes.
Em Alfabetos, Claudio Magris cita cerca de 700 autores – e de alguns revela um conhecimento profundo. Como o conseguiu? Confesso que, perante tanto conhecimento, me senti um pouco analfabeto.
Sentia-me a penetrar numa selva densa de nomes atrás de nomes, muitos dos quais eu desconhecia. A alturas tantas senti uma espécie de vertigem.
Além das dimensões colossais e do tema sombrio, há vários aspetos que tornam a pintura de Antonio Gisbert memorável.
O Príncipe fala de ambição, poder e pragmatismo. O Principezinho faz a apologia da inocência, da infância e do sonho.
Ernest Shackleton conhecia bem o responsável pela estação baleeira, um norueguês com um grande bigode. Mas o homem não o reconheceu a ele.
O romance de Proust era um cemitério onde várias figuras da sociedade parisiense ganhavam vida. Quanto a não se conseguir ler nos túmulos ‘os nomes apagados’, não seria bem assim…
Em 1885, ano em foi nomeado ‘joalheiro de Sua Majestade’, Carl Fabergé recebeu do czar Alexandre III um pedido especial.