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  • A voz humana – uma nova forma de literatura

    “Impressionante!”,  “poderoso!”, “fantástico!”, “tens de ler isto”. À medida que ia percorrendo as páginas do livro, o meu amigo soltava elogios entusiásticos. O livro que ele tinha entre as mãos chamava-se O Fim do Homem Soviético (Porto Editora) e era assinado por uma escritora bielorrussa com um nome difícil de pronunciar. Perguntei-lhe do que tratava…

    A voz humana – uma nova forma de literatura

  • As minhas canetas

    Costuma dizer-se que ‘cada maluco tem a sua mania’. Pois na minha família temos a mania das canetas. Já o meu avô paterno a tinha (lembro-me de ver na sua secretária uma boa dúzia delas, o que na altura me fez alguma confusão), o meu pai também – e eu não fujo à regra.

    As minhas canetas

  • Os melhores e os piores prefácios

    Recordo-me como se fosse hoje. Vinha no autocarro de regresso a casa, encantado com a minha aquisição feita minutos antes na Livraria Buchholz, mas entretanto encontrei um amigo que não via há imenso tempo e nem tirei o livro do saco. De resto, pelo seu carácter mais ou menos luxuoso (a capa de couro macio…

    Os melhores e os piores prefácios

  • O engenhoso fidalgo D. Miguel de Cervantes

    Cumprem-se por esta altura 400 anos certos da publicação da segunda parte de D. Quixote (a dedicatória está datada do «último de Outubro de mil seiscentos e quinze»). A primeira parte do livro fora um enorme sucesso popular, ao ponto de logo em 1605 começarem a aparecer novas edições – duas delas, hoje raríssimas, na…

    O engenhoso fidalgo D. Miguel de Cervantes


  • O que hei-de oferecer ao meu filho nos anos?

    O sexto aniversário do Mateus (o nosso filho mais velho) aproxima-se a passos largos e ainda não decidimos o que havemos de lhe oferecer.

    O que hei-de oferecer ao meu filho nos anos?

  • Malditas listas

    As listas de livros obrigatórios… Deve haver centenas delas, talvez milhares, todas diferentes entre si. Obviamente o ‘obrigatório’ varia de país para país, de época para época, de profissão para profissão. Varia, até, de pessoa para pessoa.

    Malditas listas


  • O subcomissário que ‘varreu’ três gerações de benfiquistas

    Há seis anos, quando Jorge Jesus conquistou o primeiro campeonato pelo Benfica, dirigi-me à Praça do Município para saudar a equipa.

    O subcomissário que ‘varreu’ três gerações de benfiquistas


  • Era uma vez um museu

    Era uma vez um museu em Belém. Todos os anos recebia  aproximadamente 200 mil pessoas, o que fazia dele o segundo mais visitado do país. Aparecia em todos os guias turísticos como uma atracção a não perder. Destacavam a sua magnífica colecção, mas também o belo edifício em que estava instalado. Concebido originalmente como um…

    Era uma vez um museu

  • O prazer de ser desmancha-prazeres

    Muitos de nós, quando queremos aprender mais sobre um assunto, vamos à procura de um livro que nos possa informar. E, mediante a oferta disponível, escolhemos uma obra que dê garantias. Normalmente essas garantias aparecem no texto da contracapa ou da badana, onde se assegura que a obra foi escrita por ‘um dos maiores especialistas’…

    O prazer de ser desmancha-prazeres

  • Acredito em magia, mas não no ilusionismo

    Quando eu era criança gostava de espreitar o interior dos livros que havia em casa dos meus pais. Fazia a minha escolha com base nas capas: alguns livros tinham capas que prometiam muito, mas depois acabavam por revelar-se decepcionantes; outros, pelo contrário, continham no interior belas imagens. Como eu ainda não sabia ler, era justamente…

    Acredito em magia, mas não no ilusionismo

  • Os contos de Anderson

    O título era sugestivo e o elenco notável. As críticas falavam dele com entusiasmo. Mas o trailer de apresentação do filme desiludiu-me – tudo parecia caricatural e demasiado ensaiado. “Um disparate”, resumiu a minha mulher. Além disso, o cartaz mostrava um elenco de luxo como se de cromos numa caderneta se tratassem. Uma constelação de…

    Os contos de Anderson


  • Não atormentem as criancinhas

    A senhora entrou no autocarro com uma mochila do Homem-Aranha presa ao ombro por uma só alça. Parecia uma pessoa descontraída. Até que começou a falar: “Quando chegarmos a casa vais-me mostrar o caderno de matemática com as aulas todas”, disse para o dono da mochila, um rapaz dos seus sete ou oito anos. “Mas…

    Não atormentem as criancinhas

  • O gorila melancólico do Zoo

    O Jardim Zoológico de Lisboa mudou muito nos últimos anos. E posso garantir que para melhor. Aparentemente só há uma coisa que não muda: as horríveis estruturas metálicas (penso que do Metro ou da Carris), mesmo em frente à entrada, que continuam a degradar-se ano após ano. São um péssimo cartão-de-visita e infelizmente ninguém parece…

    O gorila melancólico do Zoo

  • 94 anos não cabem aqui

    Lembro-me bem de a ver escrever a sua assinatura interminável numa caligrafia miúda e ligeiramente trémula: Maria Isabel da Silva Granate Lopes de Paula Saraiva. Recebi a triste notícia da sua morte na tarde de 4 de Dezembro. Tivera a oportunidade de me despedir no dia anterior, no Hospital de Egas Moniz, embora ela já…

    94 anos não cabem aqui

  • O que usa para marcar os seus livros?

    A forma como cada um trata os seus livros diz muito sobre a sua personalidade. Há quem forre a capa para reduzir o desgaste ao mínimo; há quem não se coíba de pousar o livro, em especial se for pesado, sobre os calções de banho encharcados, deixando-o ondulado e com rugas de humidade; há quem…

    O que usa para marcar os seus livros?


  • A arte dos bancos

    Há coisa de cinco anos, talvez um pouco mais, propus-me escrever aqui para o SOL uma reportagem sobre as colecções de arte dos principais bancos portugueses. Para isso, pedi alguns contactos a um colega da secção de Economia, de forma a solicitar as autorizações necessárias e pôr o processo em movimento. 

    A arte dos bancos

  • Vamos tornar-nos uma raça de gigantes?

    Numa visita que fiz certo dia a um monumento histórico de Lisboa – o Palácio da Ajuda –, houve um momento que me ficou gravado na memória. O guia deteve-se em frente a uma cama e explicou: «Esta era a cama do Rei. Devem estar a interrogar-se por que razão é tão pequena». Algumas pessoas…

    Vamos tornar-nos uma raça de gigantes?

  • Vermeer: uma paixão não correspondida

    No dia 13 de Setembro de 2001, no auge do sentimento de pânico gerado pelos ataques terroristas às Torres Gémeas de Nova Iorque, apanhei um avião para Londres. Levava dois objectivos ‘na bagagem’ (isto se o avião não caísse): visitar um amigo chegado que estava então a estudar em Nottingham, a cidade de Robin Hood;e…

    Vermeer: uma paixão não correspondida