O culto de mortificação que se constrói hoje de forma simétrica ao regime da consagração literária voltou a ser exposto quando os jovens editores de uma revista literária sentiram necessidade de ir buscar uma banalíssima composição inédita de Fernando Pessoa para obterem um destaque nos jornais.
Mais do que lançar o navio de espelhos no seu caminho, no centenário do poeta que suportou todo um porto clandestino contra adversidades absurdas, lembramos ainda Cesariny como esse antagonista central face a uma cultura perpetuamente enlutada, aquele que melhor confrontou, sem se deixar devorar, esse buraco negro em que Fernando Pessoa e os seus…
Numa rara iniciativa empenhada em fazer uma reflexão sobre o campo da edição de livros entre nós, lançando de caminho um esboço sobre esse território sobre o qual os leitores parecem ter uma perspectiva cada vez mais brumosa, nas suas conversas com editores a livraria Tigre de Papel tem permitido uma indagação e um debate…
Em 2008, a Biblioteca Nacional de Portugal iniciou há 14 anos o processo de classificação do espólio do poeta Fernando Pessoa como Património Nacional, no âmbito da lei de bases do património, o que impossibilitará a sua saída do País.
2009 – Foi publicado há 12 anos, era Sócrates, em Diário da República, o Decreto-Lei que classifica como bem de interesse nacional o espólio documental do poeta Fernando Pessoa (1888-1935).
O autor da monumental biografia do poeta da Mensagem está convicto de que Pessoa teve a vida que quis ter. Até porque, explica, ‘não se preocupava com a felicidade, não era uma ambição sua’. Em conversa com o Nascer do SOL, Zenith fala das dúvidas, das viagens imaginárias e dos vícios reais do seu biografado.
Estará disponível nas livrarias a partir da próxima quinta-feira ‘Fernando Pessoa – Uma Biografia’. «Tentei pôr no livro os elementos todos para que os leitores consigam sentir Pessoa», explicou o autor, Richard Zenith, que dedicou 13 anos de trabalho a esta obra de 1200 páginas.
1975 A ONU declarou esta data Dia Internacional da Mulher há 47 anos, por nesse mesmo dia em 1857, as mulheres fizerem uma manifestação e uma luta em Nova Iorque no sector têxtil pelos seus direitos (duramente reprimidas, acabaram por morrer queimadas na fábrica cerca de 130 mulheres); uns anos depois, a 8 de Março de…
Lisboa, 1936. Ano de temporais, de chuva contínua, de mortes. Palavras de João Botelho que para este seu mais recente filme se apropriou agora das de Saramago na primeira adaptação que faz do Nobel da Literatura português. E de Saramago, garante, andou mais próximo em O Ano da Morte de Ricardo Reis, que acaba de…
“Não há qualquer censura à obra de Fernando Pessoa”
Nasceu há 92 anos no apartamento da Rua Coelho da Rocha onde hoje é a Casa Fernando Pessoa. Viveu lá, com os seus pais e o tio, o célebre poeta, até aos dez anos. ‘Hoje parece especial, mas para mim não havia nada de esquisito em ter aquele tio lá em casa’.
Quem era e como era Fernando Pessoa visto pelos seus próximos? Fernando Pessoa: Um Retrato Fora da Arca (ed. Antígona), com organização de Zetho Cunha Gonçalves, mostra um retrato íntimo que surpreenderá aqueles que imaginam o grande poeta como uma pessoa gélida, misógina e ‘bicho-do-mato’.
Fernando Pessoa dá o mote para uma exposição sobre as vanguardas portuguesas do início do século XX para ver até 7 de maio no Museu Reina Sofia, em Madrid. João Fernandes, subdiretor do museu e co-comissário da mostra, fala sobre ‘a atenção e o entusiasmo’ com que estas obras de artistas nacionais foram acolhidas.
Sem espaço para floreados ou grandiloquências, a poesia desta destacadíssima pessoana – Mulher de «Esquerda interior» – passa ao largo do sisudo. Como passaram também os anos da sua docência, que tomou sempre convenientes distâncias de certas formalidades que inquinam a comunicação e do academismo de «fato escovado, bem posto, bem calçado», devidamente protegido em protocolar…
Apaixonada pela rádio, Sofia Saldanha estudou os segredos desta arte em Inglaterra e nos Estados Unidos. O Fernando Pessoa Tour, um rádio-documentário sobre o poeta, é o seu primeiro projeto em português.
Júlio Resende e Salvador Sobral foram buscar o amigo imaginário dé Fernando Pessoa e, da sua rebeldia adolescente, fizeram uma liturgia assombrosa dedicada aos que renegaram os deuses frívolos e os ídolos banais deste tempo
Além da homenagem ao autor de “Húmus”, uma série de iniciativas permitem reconhecer a dedicação de um grupo de especialistas que tudo fez para garantir a posteridade de uma das obras capitais do nosso século XX
Intelectual cosmopolita, Eugénio Lisboa diz que é um “enraízado com múltiplas raízes”: Nasceu em Moçambique, viveu em Inglaterra, Suécia, África do Sul, e está há 23 anos em Portugal. Foi homenageado na edição deste ano do Correntes d’Escritas, onde o i o entrevistou.
Autor de uma poesia desenvolta, lúdica, convivial, praticante do livre culto da coloquialidade, do desassombro e mesmo da insolência, e nisto fiel a uma assumida matriz portuense de valores, VGM faria hoje 75 anos. Haveria de querer assinalar a data à mesa, junto da sua família literária.