“A grande vida” de Jean-Pierre Martinet é um pequeno livro que a editora Cutelo atirou, como um petardo de riso e trevas, para as estantes das livrarias. Uma novela escrita numa linguagem fervorosa sobre um mundo coberto de borralho como uma fogueira apagada
Alfarrabista e crítico literário, em vez de outra fanfarronada de quem se propõe vir agora exumar a lenda, Bobone disseca as especulações e faz um ponto de ordem depois de 400 anos em que Camões foi sobretudo um espelho dos seus intérpretes.
Luís Bernardo Honwana escreveu este livro de contos em 1964, quando tinha apenas 22 anos, e Moçambique estava ainda submetida à administração portuguesa, sendo patente uma estratégia de expressão anticolonialista, servindo-se da língua do invasor para denunciar a invasão.
Os 500 anos deste poeta cujo canto se viu atado à pátria e submergido exigiriam uma atualização, atendendo ao seu efeito de rutura e denúncia, àquela ciência sonora aprendida com o mar e a sua infindável viagem, que continua a incitar-nos a largar amarras para só regressarmos inspirados de um verdadeiro ímpeto de vingança.
É autora de várias das histórias que lhe fazem companhia através da televisão – recentemente estreou a série A Filha, na TVI, inspirada livremente no caso Esmeralda –, mas é na escrita de livros que se encontra inteira.
Morreu o «gazeteiro» que criou dois programas de culto na televisão francesa e mostrou que, mais importante do que fazer as perguntas certas, é fazê-las a quem realmente é capaz de fazer guerra aos clichés e responder em nome próprio.
Uma forma mais penetrante de observar sintomas da coisa literária em autores sujeitos ao engodo publicitário é ignorar os romances e olhar para outro tipo de textos, mais pequenos, onde as intenções estão mais à flor da pele.
O autor de bestsellers que se inscrevem num pós-modernismo às três pancadas, como “A Trilogia de Nova Iorque”, “Palácio da Lua” e “O Livro das Ilusões”, morreu na terça-feira, aos 77 anos, vítima de cancro.
Auster morreu em casa, em Nova Iorque, vítima de cancro do pulmão, de acordo com a imprensa norte-americana.
“Toda a minha vida não fiz outra coisa senão arranjar problemas”, escreveu certa vez o mais blasfemo dos autores austríacos. “Não sou o tipo de pessoa que deixa os outros em paz”. Esta nota deve vir à cabeça para que ninguém vá ao engano ao abrir alguma das páginas desse escândalo contínuo que foi a…
Morreu esta terça-feira, aos 93 anos, um dos mais generosos, cultos e combativos ensaístas portugueses.
1934-2024. Morreu aos 90 anos de uma espécie de maldição familiar