O líder da seita, assim como mais 17 arguidos, incluindo a sua mulher, ficará mais um mês na prisão enquanto as autoridades investigam o caso das mortes.
O alerta foi feito pelo Programa Alimentar Mundial (PAM) das Nações Unidas que revelou que entre 2 a 2,5 milhões de pessoas vão passar fome nos próximos meses, como resultado da violência que continua a assolar o país.
Riade e Washington “saudaram” o início de um diálogo e motivaram os membros do exército e as Forças de Apoio Rápido a “envolverem-se ativamente” num cessar-fogo, mas não anunciaram nem o início formal das negociações nem o seu conteúdo.
“O Programa Mundial de Alimentos prevê que o número de pessoas com desnutrição aguda aumentará para entre dois e 2,5 milhões, elevando o número total para 19 milhões nos próximos três a seis meses se o conflito continuar”, disse um dos porta-vozes do secretário-geral da ONU, António Guterres, Farhan Haq.
“O Reino Unido coordenou a maior e mais ampla operação de evacuação do Sudão por qualquer país ocidental e trouxe para segurança 2.450 pessoas provenientes do Sudão”, disse o ministro dos Negócios Estrangeiros, James Cleverly.
Apesar de um cessar-fogo que entrou em vigor na terça-feira, há relatos de combates em Cartum, bem como noutras partes do país.
O violento conflito no Sudão coloca o exército do general Abdel Fattah al-Burhan, o líder de facto do Sudão, e o seu adjunto e opositor, o general Mohamed Hamdane Daglo, que comanda as forças paramilitares de apoio rápido.
O exército descreveu, em comunicado, “numerosas violações cometidas pelos rebeldes”, como “bombardeamentos de artilharia indiscriminados”, “disparos de atiradores furtivos” e o envio de “colunas militares” das suas áreas de influência, nas regiões ocidentais “do Darfur e do Cordofão para reforçar as suas tropas em Cartum”.
Os militares afirmam que Al-Bashir, o antigo ministro da Defesa Abdel-Rahim Muhammad Hussein e outros antigos funcionários foram transferidos para o hospital Aliyaa, gerido pelos militares, antes do início dos confrontos.
De acordo com o Ministério dos Negócios Estrangeiros da arábia saudita, os refugiados foram “transportados por um dos navios do Reino, e o Reino fez questão de satisfazer todas as necessidades básicas dos cidadãos estrangeiros”.
Um cidadão português quis permanecer no Sudão, algo que o ministro salientou que foi uma decisão do próprio. Estaremos sempre em contacto com ele, é uma decisão própria, está numa zona onde não há conflitos e esperamos que tudo corra bem, mas é uma opção própria”, apontou.
Desde 15 de abril que se registam violentos combates no Sudão, num conflito que opõe forças do general Abdel Fattah al-Burhane, líder de facto do país desde o golpe de 2021, e um ex-adjunto que se tornou um rival, o general Mohamed Hamdan Dagalo, que comanda o grupo paramilitar Forças de Apoio Rápido.
Apesar de ainda não estarem todos fora do país, “estão todos fora da situação de maior perigo”, explicou o ministro.
Entre os hospitais que deixaram de prestar serviços, nove foram bombardeados e 16 foram evacuados, disse ainda o sindicato sem se referir aos autores dos ataques.
A ONU contabilizou pelo menos 185 mortos e cerca de 18 mil feridos, a maioria na capital, Cartum, mas também noutras cidades do país.
Declaração foi feita esta segunda-feira por Gomes Cravinho
A discórdia entre o exército do Sudão e o grupo paramilitar acusado de cometer crimes contra a humanidade, Forças de Apoio Rápido (FAR), podem colocar o país na rota de uma guerra civil.