"Nas legislativas o PS não pode ter vitória que sabe a pouco", disse o socialista na Quadratura do Círculo que analisou os resultados da noite eleitoral. Costa nota que o PS fica cinco pontos atrás do valor obtido nas autárquicas de há oito meses, havendo pois "um recuo".
Costa diz que os 31,5% do PS e fenómenos como Marinho Pinto, que foi eleito, a votação do Partido Livre, que em legislativas elegeria deputados em Lisboa, ou a "retoma" do PCP, são "motivo de preocupação". Estas eleições "devem levar os socialistas a reflectir", aconselhou.
Para o presidente da câmara de Lisboa, ficou claro que "os portugueses não querem este Governo", porque a direita teve o pior resultado de sempre, mas ainda não está claro que o PS seja alternativa. "As pessoas já sabem o que não querem, mas ainda não disseram claramente o que querem", afirmou Costa.
O resultado do PS coloca limitações ao partido para procurar um acordo de governo. "Uma coisa é negociar com os outros com 31% outra é fazê-lo com maioria absoluta". Ao PS, "para ganhar eleições em condições de governabilidade não basta ganhar por um voto". É preciso outra "dinâmica" e outra "solidez".
O "PS tem de crescer muito" para ter "condições de centralidade que lhe permita negociar à esquerda e à direita", disse mais à frente.
Costa começou a análise política dos resultados com uma nota de humor. Quando Carlos Andrade lhe perguntou se estava "em estado de choque" com o resultado, respondeu: "A minha costela indiana dá-me nervos de aço e por isso não estou em estado de choque".