À saída, Costa disse ter pedido ao líder do PS para “devolver a palavra aos militantes” e convocar um Congresso extraordinário: “No PS não há tradição de resolver administrativamente questões políticas”.
Membros da direcção socialista têm vindo a público dizer que Seguro não pretende convocar um Congresso extraordinário. Costa frisou que as “questões políticas se resolvem politicamente” e que o PS é um “partido responsável e democrático” que deve primar pela “liberdade de expressão, pluralidade e escolha democrática dos militantes do seu líder”.
Para convocar um Congresso extraordinário, segundo os estatutos do PS, é necessário que seja o Secretário-Geral a convocá-lo ou a maioria da Comissão Nacional ou ainda 50% das Federações com mais de 50% dos militantes.
“Cumpri o que entendi dever cumprir, manifestei a minha disponibilidade para que o PS possa formar um governo forte”, afirmou Costa à saída da reunião com Seguro, sublinhando que pretende “liderar esse processo” de mudança. Para o actual presidente da Câmara de Lisboa, o debate sobre a liderança no PS reforça a “unidade” do partido e é uma questão que deve ser “rapidamente esclarecida”.
Segundo Costa, a reunião com Seguro decorreu num clima “cordato”. Entretanto a direcção do PS confirmou que será emitido um comunicado a explicar a posição do partido face a esta situação. António Costa afirmou ontem a sua disponibilidade para se candidatar a líder do PS e quer que Seguro convoque eleições directas num congresso extraordinário.
No final da reunião, o gabinete do Secretário-Geral do PS distribuiu um comunicado aos jornalistas onde se podia ler que Seguro "registou" a posição de António Costa.