Cavaco quer consenso até Outubro

“Esperança” foi uma palavra repetida à exaustão por Cavaco, no discurso do 10 de Junho, que o PR aproveitou para dar um recado a Passos Coelho e Seguro: este não é o tempo das questões partidárias, é preciso encontrar consensos até ao próximo Orçamento do Estado.

Cavaco quer consenso até Outubro

O Presidente aproveitou o 10 de Junho para baixar a temperatura de uma crise política aberta com o chumbo do TC e a guerra pela liderança no PS, pedindo aos políticos que estejam à altura de compensar os portugueses pelos sacrifícios feitos e de preparar um futuro que não repita os erros do passado.

Cavaco quer os portugueses a olhar o futuro " com mais esperança" sem esquecer que a fase crítica porque passámos deixou marcas e sequelas profundas, sendo preciso manter o rigor para " não cairmos numa situação explosiva".

O Presidente não quer "triunfalismos nem ilusões", apesar de reconhecer que "as incertezas estão mais atenuadas".

"Serenidade e confiança" é o que Cavaco pede aos agentes políticos, a quem lembra que continuarão a ser necessárias "decisões difíceis".

Cavaco deixou claro que é preciso ultrapassar as "divergências do tempo curto" através de uma cultura de compromisso. E avisou os partidos de que este é "o tempo do diálogo", estabelecendo como calendário para este acordo o período até à apresentação do próximo Orçamento do Estado, em Outubro.

O Presidente quer que os partidos ultrapassem as questões partidárias e cheguem a consensos de médio prazo sobre questões como as reformas necessárias e o rigor orçamental.

"Conquistámos o direito a ter esperança", frisou o Presidente, lembrando que "o programa de assistência financeira foi concluído no passado mês de Maio", depois daquele que "foi um caminho duro", marcado por "tempos muito difíceis".

Cavaco fez, de resto, questão de lembrar a importância de uma política e de uma economia em função das pessoas, recordando os que mais sofreram, como os pensionistas ou os desempregados e a necessidade de agora no pós-troika lhes dar um sinal de esperança.

"Os reformados e os jovens têm direito à esperança", frisou o PR, que quer levar este sentimento também aos empresários, aos desempregados e a quem vive no interior.

Cavaco quer que os portugueses estejam atentos para que não se repitam os erros do passado e que a política se volte para o combate à exclusão social e à desigualdade, lembrando a importância da Educação e da Saúde nesse objectivo.

O PR avisou, de resto, que os portugueses esperam que o serviço nacional de Saúde e a Educação continuem a ser prestados com qualidade pelo Estado.

margarida.davim@sol.pt