"Eles já têm uma maioria absoluta, um Governo, um Presidente, um Presidente da Comissão Europeia. Agora, querem extinguir o Tribunal Constitucional, o que significa transformar uma maioria absoluta num poder absoluto", disse António José Seguro, acrescentando que aquilo que o PSD quer verdadeiramente "é "extinguir a Constituição da Repúblicas Portuguesa".
"Não é o Tribunal Constitucional que erra ao zelar pelo cumprimento da lei fundamental do País. Quem erra é um Governo que está sempre contra a Constituição, a violar a lei fundamental do País e a afrontar o Tribunal Constitucional", acrescentou o dirigente socialista, deixando duras críticas ao Governo PSD/CDS-PP.
O líder socialista, que falava a centenas de militantes e simpatizantes socialistas que esgotaram o auditório de uma unidade hoteleira de Setúbal, garantiu também que o PS nunca permitirá a inclusão da regra de ouro que limita o défice das contas públicas, que também faz parte da proposta de revisão constitucional do PSD/Madeira.
"Eu já disse há três anos que sou contra a inclusão dessa regra de ouro na Constituição. Bem sabemos que alguns socialistas, como Luís Amado, apoiante de António Costa, que defende, tal como a direita, a inclusão dessa regra de ouro na constituição", disse.
"Comigo não haverá a inclusão dessa regra de ouro na Constituição", reforçou o dirigente socialista, que deixou para os dirigentes locais as críticas ao presidente da Câmara de Lisboa, António Costa, que terá como adversário nas eleições primárias para a escolha do candidato do PS a primeiro-ministro.
Sem referirem o nome de António Costa, o presidente da concelhia socialista de Setúbal, Paulo Lopes, e a presidente da Comissão Política Distrital, Madalena Alves Pereira, deixaram elogios à coragem de António José Seguro quando assumiu a liderança do partido após a derrota eleitoral de José Sócrates, ao mesmo tempo que criticavam a postura de algumas "elites do poder" na corrida à liderança do PS.
António José Seguro afirmou pouco depois que luta por um País mais justo e com oportunidades para todos, "independentemente do apelido de cada um, do local onde nasceram e do dinheiro que têm no banco ou no bolso".
Lusa/SOL