“Quem paga os juros e quem tem de pagar o empréstimo? O Estado, logo, os contribuintes. Ou seja, ao contrário do que dizem Banco de Portugal e Governo, para já, são sobretudo os contribuintes quem está a suportar a solução”, afirma o candidato às primárias do PS, numa entrevista à revista Visão, que estará amanhã nas bancas.
O facto de o dinheiro ser emprestado pela troika não altera que seja o Estado e os contribuintes a suportar o investimento, na opinião de Costa, “a questão é saber se o recuperam ou não”.
Costa levanta uma série de dúvidas em relação à solução encontrada para o BES, questionando se os outros bancos se vão conformar, caso não haja comprador para o Novo Banco ou o preço for inferior ao empréstimo, e tenham que reembolsar o Estado. “E os pequenos accionistas que se viram confinados ao ‘banco mau’, que confiaram nas declarações do Banco de Portugal e do Governo que o BES estava imune aos problemas do GES? Conformam-se? E os credores de obrigações subordinadas, vão aceitar que os activos do BES lhes sejam subtraídos e postos a salvo no Novo Banco?”, acrescenta.
Para o presidente da Câmara de Lisboa esta “não é a solução mágica que nos apresentaram” e “o Governo tem de explicar como evita estes ‘riscos’”.