Jorge Coelho foi o 'homem do aparelho' do partido liderado por Guterres e, mais tarde, um dos ministros do núcleo político. Ainda hoje é um dos seus mais próximos: “Falo muitas vezes com ele”, reconhece ao SOL.
O ex-ministro-adjunto e ministro do Equipamento, que como dirigente partidário ajudou Guterres a vencer as eleições internas contra Sampaio, e depois organizou a campanha vitoriosa do PS nas legislativas de 1995, está disposto a voltar a ajudar Guterres no que for preciso, quando e se ele avançar: “Seria um excelente Presidente da República, com as características importantes para o país na fase que está a viver”. Coelho diz, no entanto, que “estamos longe do tempo de reflexão de Guterres”. Mas enquanto ele não for afirmativo na sua intenção, Coelho não desvaloriza os apoios: “O facto de haver um sector muito vasto da sociedade que já se pronunciou, identificando-se com uma candidatura dele, é muito importante para essa candidatura, se vier a acontecer”.
Do núcleo do guterrismo fizeram também parte o anterior líder do PS, José Sócrates, o actual, António José Seguro, e o possível próximo líder António Costa. Todos foram ministros nos seus Governos e já tiveram, agora, palavras de simpatia com uma candidatura presidencial.
“Estou convencido de que receberá o apoio da esmagadora maioria dos socialistas e não só socialistas, de muitos cidadãos portugueses”, disse Seguro ao Público. Seria “um excepcional Presidente”, acrescentou o ex-ministro-adjunto de Guterres. Se Seguro perder o cargo de secretário-geral do PS, não deixará de ser mais um trunfo na unidade do PS em torno de Guterres.
Para António Costa, “seria um privilégio para o país” contar com Guterres em Belém – o “melhor” candidato da esquerda ao lugar, segundo o ex-titular das pastas da Justiça e dos Assuntos Parlamentares no consulado guterrista.
'Próximo PR será decisivo'
João Cravinho, um ministro emblemático do guterrismo, não lhe regateará a ajuda. “Apoiarei de certeza”, diz ao SOL o ex-titular da pasta do Equipamento. “O lugar de Presidente será mais importante do que nunca, decisivo para encontrar uma linha de rumo para o país. Guterres tem as características ideais” – e Cravinho aponta a capacidade de diálogo, a experiência internacional, o sentido de Estado e a consciência social.
Correia de Campos, o último ministro da Saúde de Guterres, fará “tudo o que for preciso” numa campanha presidencial do seu antigo chefe de Governo. Falta-lhe acreditar na vontade de Guterres em avançar. “Responde sempre a rir quando lhe falam desse assunto. Nunca lhe conheci uma declaração afirmativa”, lamenta Campos.