No seu espaço semanal de comentário na RTP, o apoiante de António Costa criticou ferozmente a posição de Seguro acerca do número de deputados na Assembleia da República. Segundo Sócrates, o actual líder socialista está a "apelar ao que há de pior nalguns sectores da sociedade portuguesa".
Sócrates foi mesmo mais longe, ao dizer que a ideia de Seguro é “pôr alguns portugueses contra os deputados e contra a Assembleia da República". Para o ex-primeiro-ministro a redução de 230 para 181 deputados seria "péssimo para a representação regional".
Acerca dos ‘casos quentes’ da Justiça e da Educação e dos pedidos de desculpa dos respetivos ministros, Sócrates considera que apenas revelam que são o reconhecimento do “erro” e do “fracasso”. E acrescenta: “As desculpas só são suficientes quando os erros são involuntários e não tem consequências”.
O Governador do Banco de Portugal foi também alvo das suas críticas. Sócrates afirmou que Carlos Costa não pode dizer que o caso BES não terá consequências para os contribuintes, pois “isso não é verdade”.
Ainda sobre o mesmo caso, o ex-líder do Governo sublinhou que há "um grave risco de conflito de interesses" com a nomeação de Eduardo Stock da Cunha para presidente do conselho de administração do Novo Banco. Segundo Sócrates, este terá mantido o seu vínculo laboral com o Lloyds, banco britânico no qual trabalhava, visto que terá pedido apenas uma licença sem vencimento.
As palavras mais suaves guardou-as para a antiga ministra da Educação, a sua “querida amiga” Maria de Lurdes Rodrigues, condenada a semana passada a três anos e meio por prevaricação como titular de cargos públicos, manifestando-lhe a sua “solidariedade pública”.