Se Costa ganhar, o PS vai estar sem um líder no Parlamento para negociar o Orçamento. Isso vai trazer alguma dificuldade na negociação?
Depende. O novo líder do PS tem de demonstrar ao que vem. Se é para fazer igual ao passado, estar cá ou não estar é igual. O país precisa é de um pacto de regime para os próximos dez anos.
Se isso acontecer, que escolha vão ter os portugueses nas legislativas?
Os portugueses vão ter para escolher protagonistas diferentes para coisas mais semelhantes. E é isso que preocupa, porque Costa é demasiado parecido com Sócrates. Seguro, no discurso não parece tão parecido, mas na acção também é igual. Não os consigo distinguir de Marinho Pinto ou do BE. Enquanto o PS está abocanhar o espaço do BE e do PCP, Marinho Pinto tem abocanhado também uma parte do seu eleitorado. O que defendo é que os portugueses vejam algumas diferenças nos partidos e nos protagonistas, mas no essencial estejam mais ou menos de acordo, mesmo que cheguem lá por caminhos diferentes.
Teme o impacto de partidos como o de Marinho Pinto?
Não temos de ter medo nenhum de novos partidos. É saudável e é bom para a democracia portuguesa. O Parlamento ter-se-á de adaptar àquilo que for a resposta dos cidadãos. O fenómeno Marinho Pinto nasceu dos erros dos partidos e vai morrer por erros iguais aos dos partidos que o próprio Marinho Pinto cometeu. É um flop. Lamento que milhares de portugueses tenham acreditado, mas as pessoas também não têm de saber tudo. Basta ver o trabalho de Marinho Pinto no Parlamento Europeu desde que ele está lá, que é praticamente zero.
Leia mais na edição impressa do SOL, já nas bancas