O encontro ainda não tem hora marcada, mas ao que o SOL apurou, deve juntar Juncker, o holandês Frans Timmermans – primeiro vice-presidente da Comissão –, o presidente do Parlamento Martin Schultz e os líderes dos vários grupos políticos no Parlamento.
O objectivo é pôr fim a uma guerra que se iniciou na semana passada entre os dois maiores grupos políticos – o PPE e os Sociais-Democratas – e que levou ao bloqueio da aprovação de seis dos comissários indigitados por Juncker.
Como a Comissão tem de ser aprovada como um todo, Jean-Claude Juncker terá de resolver as pastas mais problemáticas – eventualmente, substituindo alguns nomes ou trocando-os de lugar – antes de levar a sua equipa a votação no dia 22 de Outubro em Estrasburgo.
Conseguir desbloquear este problema o mais rapidamente possível será a forma de garantir que a Comissão – da qual faz parte o comissário português Carlos Moedas – tome posse no dia 1 de Novembro, tal como esperado.
24 horas decisivas
As próximas 24 horas prometem ser cruciais para cumprir essa agenda.
Amanhã, o ex-ministro das Finanças francês, Pierre Moscovici, terá de entregar as respostas por escrito até às 13h30 (hora de Bruxelas). A Comissão de Economia e Finanças reunirá depois durante a tarde para avaliar as respostas que ficaram por dar durante a audição do comissário indigitado para a pasta dos Assuntos Económicos e Monetários.
Moscovici ficou na berlinda graças aos sucessivos incumprimentos no défice por parte da França e acabou por ser um dos comissários que – ao contrário de Moedas – não passaram à primeira.
Durante a tarde de terça-feira, o inglês Jonathan Hill, indigitado para os Serviços Financeiros, terá de se submeter a uma audição adicional, com direito a nova apresentação inicial e 24 perguntas e respostas. A audição começará às 13h00 (hora de Bruxelas) e deverá ter a duração de uma hora e meia.
Jonathan Hill, o húngaro Tibor Navrasics e a checa Vera Jourová entregaram já no domingo à noite as respostas por escrito que lhes foram pedidas após as suas audições. E, ao que o SOL apurou, o Parlamento Europeu está ainda a avaliar se as respostas deverão ou não ser tornadas públicas.
Recorde-se que a comissária indigitada para a Justiça, a checa Vera Jourová, foi condenada no seu país por corrupção há oito anos.
No caso de Navrasics a maior dor de cabeça tem que ver com o Governo que indicou o seu nome a Juncker. Os deputados queriam que o comissário indigitado para a pasta da Cultura, Educação e Cidadania, condenasse oficialmente as restrições à liberdade de imprensa na Hungria, quando ele próprio ajudou a estabelecer esse regime.
O húngaro deverá saber qual o veredicto final dos comissários ainda durante esta segunda-feira.
Também esta quinta-feira, o espanhol Miguel Cañete deverá saber se as explicações adicionais convencem os comissários de que é indicado para a pasta das Alterações Climáticas e da Energia, apesar das suas ligações à indústria petrolífera.