"Os alunos têm de ter tempos de descanso. Não podem estar com aulas aos fins-de-semana e nas férias", considerou hoje o secretário-geral da Fenprof, Mário Nogueira, quando questionado sobre a sugestão de os estudantes terem aulas de compensação durante as férias para conseguir recuperar as matérias que não foram ensinadas devido aos atrasos de colocação de professores.
Para Mário Nogueira, a proposta da Confederação Nacional das Associações de Pais (Confap) tem de ser analisada com cuidado, assim como todas as sugestões que têm sido feitas.
A Fenprof considerou apenas "não ser solução" a ideia de cortar nos programas, tal como chegou a ser defendido por alguns directores escolares.
O líder da Fenprof sugeriu, por seu turno, que se poderá vir a equacionar a não realização dos exames do 4.ºe 6.º anos.
Para os professores, devem ser as escolas a definir as soluções adequadas para "atenuar" os impactos da falta de aulas, uma vez que existem realidades muito distintas.
"Se há alunos que não tiveram um professor, há outros que não tiveram cinco (docentes)" e "se há turmas sem professores durante duas semanas, há outras que estiveram um mês e meio sem aulas", exemplificou.
No entanto, alertou, as escolas têm de ter condições para poder pôr as medidas em prática.
"O ministério não pode vir dizer que dá autonomia às escolas e depois dizer que terão de usar os recursos que têm disponíveis, porque não é viável", defendeu Mário Nogueira, considerando que tal seria colocar "o garrote dos recursos disponíveis".
Sobre os impactos da situação criada pelos erros e atrasos na colocação de professores, Mário Nogueira considera que "não há reparação possível dos prejuízos causados aos alunos".
Lusa/SOL