"Os sinais revelados nas últimas 48 horas pelo PS são altamente preocupantes, uma vez que se assiste, de forma clara, a um posicionamento por parte deste PS próprio da esquerda mais radical. Guina para a extrema-esquerda ao assumir que abandona o centro político onde nos 40 anos de democracia se construíram os consensos que eram fundamentais ao interesse nacional. Este é o PS que Portugal hoje conhece", declarou Marco António Costa, em conferência de imprensa, na sede nacional do PSD, em Lisboa.
Questionado sobre quais as posições assumidas pelo PS que os sociais-democratas entendem ser próprias da extrema-esquerda, o porta-voz do PSD respondeu: "Todo o discurso que tem sido assumido. É evidente o namoro e a aproximação à extrema-esquerda por parte do doutor António Costa. E é evidente e claro que o PS, pelas posições que tem assumido nestas últimas 48 horas, revela um inequívoco afastamento do centro político onde nos últimos 40 anos da democracia se têm construído os consensos fundamentais ao interesse nacional".
Nesta conferência de imprensa, realizada enquanto decorria uma reunião da Comissão Política Nacional do PSD, Marco António Costa elogiou a proposta de Orçamento do Estado para 2015, e mencionou as propostas hoje apresentadas relativas ao IRS e à chamada fiscalidade verde, considerando que se está a construir "uma esperança sustentável" e a abrir "uma nova etapa" para Portugal.
"É com total naturalidade, mas também com natural crítica que constatamos a decisão já assumida e publicamente comunicada pelo PS de pretender votar contra este tão importante instrumento para o nosso país", acrescentou.
O porta-voz e coordenador da Comissão Política Nacional do PSD sustentou que, enquanto o Governo "se mantém enérgico na sua atitude reformista", o PS representa "uma oposição que está cansada, esgotada e que se assume de braços cruzados pelo país".
Marco António Costa fez um balanço da actuação do PS desde a liderança de António José Seguro até ao período posterior à vitória de António Costa nas primárias para escolher o candidato socialista a primeiro-ministro, considerando que nunca foi "uma oposição construtiva", entretanto houve uma promessa de "mudança de rumo", mas "nada de substancial mudou".
"Aquilo que se esperaria era algo diferente, e seguramente os portugueses saberão fazer avaliação justa e correcta desta postura que o PS está a assumir", observou, considerando que "maioria e oposição terão de prestar contas ao país".
Embora referindo que o PSD tem uma "esperança muito limitada", o porta-voz do PSD fez votos para que o Congresso do PS "sirva para uma reflexão interna" e leve a uma inversão da "já anunciada posição de radicalização à esquerda".
Lusa/SOL