A direcção social-democrata faz “um balanço muito positivo” das jornadas do Orçamento, que tentaram inculcar no partido a ideia de que as legislativas não estão perdidas. O SOL sabe que se prepara já outra iniciativa, para Janeiro, com todo o Governo e membros da direcção do partido. Marco António Costa, o primeiro vice-presidente de Passos Coelho, arrancou quinta-feira numa volta por todos os distritos.
Quanto às taxas de Costa, elas foram o prato forte da acção política da maioria. No CDS, o próprio líder e vice-primeiro-ministro, Paulo Portas, partiu para a ofensiva, considerando que aplicar taxas de um euro aos turistas para chegarem e ficarem hospedados em Lisboa é “matar a galinha dos ovos de ouro” do turismo, sector pelo qual é responsável no Governo.
Do lado do PSD choveram críticas. Carlos Carreiras, vice-presidente e presidente da Câmara de Cascais, considerou a taxa de turismo “do tempo medieval” e acrescentou que “é inconcebível como um presidente de câmara decide intervir sobre câmaras vizinhas”. O PSD/Açores também se insurgiu contra esta decisão do novo líder do PS. Costa tentou contra-atacar acusando o Governo de “fazer oposição à oposição”.
Mas não foram apenas os novos impostos em Lisboa que serviram de arma de arremesso contra o PS. O tempo de antena que os sociais-democratas emitiram na terça-feira, em que Costa surgia sentado ao lado de José Sócrates na bancada do Governo, mostrou que a estratégia do PSD para tentar inverter a tendência negativa nas sondagens vai passar muito por uma tentativa de colagem do PS à era socrática.
Na semana política da maioria, saudou-se ainda a entrevista de Cavaco Silva ao Expresso, na qual o PR afasta a antecipação de legislativas. “As eleições serão na data prevista. Ponto final”, disse, atacando o PS pelos pedidos de antecipação, considerando-os um caso de ignorância da lei eleitoral, aprovada também pelo PS.
“O Presidente da República demonstrou factualmente que existem políticos com fraca memória política em Portugal”, sublinha ao SOL Marco António Costa, reforçando que “os que propuseram e aprovaram a lei que está em vigor sobre a data das eleições são os políticos que agora a querem violar”.