Vistos Gold: Macedo demitiu-se para ‘defender autoridade do Estado’

Miguel Macedo apresentou a demissão de ministro da Administração Interna, na sequência das investigações dos vistos gold.

Vistos Gold: Macedo demitiu-se para ‘defender autoridade do Estado’

Numa comunicação, em directo pelas televisões, este domingo, às 19h30, o ministro assumiu responsabilidade política, justificando a saída com a necessidade de "defender o Governo, a autoridade do Estado e as instituições". Mas garantiu que não tinha responsabilidade pessoal no caso que está a ser investigado e que envolve a a corrupção de altos funcionários públicos na concessão de vistos dourados.

Invocando o princípio da separação de poderes, Miguel Macedo começou por dizer que "num Estado de Direito democrático, o que tem de ser investigado é investigado". Logo de seguida sublinhou que não tinha qualquer competência directa no processo de concessão de vistos, e afirmou o seu distanciamento dos factos que estão a ser investigados: "Nada tenho a ver com o processo em curso".

Na sua comunicação, Macedo separou a responsabilidade pessoa e jurídica da responsabilidade política, aceitando responder por esta última: "Não desconheço que no plano político são de natureza distinta os critérios". Referindo-se em concreto à importância da pasta de que era titular, a Administração Interna, qualificou-a como de "área de especial sensibilidade" em que se exige que "haja autoridade".

"Essa autoridade que entendo ter ficado diminuída, não pode ficar diminuída", justificou, afirmando de seguida que se demitia do cargo. Uma saída que tem "exclusivo fundamento nas minhas convicções pessoais e políticas", disse.

Sabia-se que Miguel Macedo tinha posto o lugar à disposição na sexta-feira, na sequência da detenção de figuras que lhe são próximas, no plano político, e com ligações pessoais. Passos Coelho não aceitou. Macedo revelou agora que terá insistido no pedido, até lhe ser concedido.

"Aceitei fazer a reponderação que generosamente me foi pedida pelo primeiro-ministro", divulgou o ministro, terminando com um agradecimento a Passos Coelho pelo apoio nos três anos em que foi ministro e também no decorrer deste processo.

Notícia actualizada às 20h06

manuel.a.magalhaes@sol.pt