Comunicação de um banco na origem da investigação a Sócrates

Foi uma comunicação de um banco ao Ministério Publico que esteve na origem da investigação de que é alvo José Sócrates, informou este sábado a Procuradoria-Geral da Republica.

"Este inquérito teve origem numa comunicação bancária efectuada ao Departamento Central de Investigação e Acção Penal (DCIAP) em cumprimento da lei de prevenção e repressão de branqueamento de capitais" pode ler-se no comunicado hoje divulgado pela PGR. 

Trata-se da Lei 25/2008 – transposição de duas Directivas da União Europeia – que determina   aos bancos o dever de comunicação às autoridades sempre que seja detectada uma operação susceptível de configurar o crime de branqueamento de capitais. 

A Procuradoria confirma ainda a noticia avançada pelo SOL que estão a ser investigadas  "operações bancárias, movimentos e transferências de dinheiro sem justificação conhecida e legalmente admissível".  

Esta investigação é independente de "outros inquéritos em curso, como o Monte Branco ou o Furacão" e não teve origem nestes processos.

No documento adianta-se que além do antigo primeiro-ministro foram efectuadas três detenções. Estas são as de Carlos Santos Silva, empresário e amigo de Sócrates, Gonçalo Trindade Ferreira, advogado, e João Perna, motorista, detidos na quinta-feira.

Os interrogatórios, que estão a ser realizados no Tribunal Central de Instrução Criminal, começaram ontem e hoje já foram retomados. 

Este inquérito é dirigido pelo Ministério Público e corre termos no Departamento Central de Investigação e Acção Penal (DCIAP), estando em causa as suspeitas dos crimes de fraude fiscal, branqueamento de capitais e corrupção.

teresa.oliveira@sol.pt