Os animais têm mais direitos do que as pessoas?

Esta semana duas ou três notícias sobre animais (irracionais) contribuíram para animados e indignados debates nos diferentes meios de comunicação social. A primeira a merecer uma avalanche de likes nas redes sociais e nos sites dos jornais concluía – citando alguns estudos – que os animais domésticos fazem bem à saúde dos seus donos. Desde…

Não percebi se nesta categoria de animais domésticos entram os de raça perigosa… Adoro animais e seria incapaz de fazer a mal a algum, e sei, por experiência própria, que alguns dos benefícios são mesmo reais. Mas também não deixa de ser verdade que se está a atingir a paranóia com os bichos, recebendo estes mais afecto do que muitos humanos…

A segunda notícia, macabra, diga-se, diz respeito a um animal racional que deixou morrer à fome e à sede um cão. Sem grandes explicações, o dono disse à GNR que tinha deixado de alimentar o bicho. Penso que terá de responder na justiça por este acto bárbaro. Mas ao ler esta notícia não pude deixar de pensar que estamos a chegar ao Natal e que é nesta altura que muitos animais racionais retiram a medicação aos pais para estes serem internados e passarem o Natal e o fim-de-ano hospitalizados. Aqui está um bom tema para desenvolver campanhas nas redes sociais: se os animais domésticos o justificam, não é de pedir o mesmo para os idosos?

Por fim, a notícia que mereceu menos destaque: a de que lobos estão a dizimar rebanhos de ovelhas e de cabras, além de atacarem também pessoas nas suas habitações. Proibidos de se defenderem, muitos pastores estão a deixar a profissão, até porque não é rentável. Cada investida dos lobos leva-lhes muitas cabeças de gado. Como são uma raça em vias de extinção, os lobos tornaram-se mais importantes que a vida de criadores e pastores… O mesmo se passa com os porcos selvagens que levam tudo à frente, mas ninguém pode fazer nada. Será que a Natureza não pode seguir o seu rumo sem a interferência de fundamentalistas? 

vitor.rainho@sol.pt