Falta saber até que ponto irá a renovação. Esta semana, os jornais falavam numa limpeza de socráticos no futuro secretariado. Mas, ao que o SOL apurou, há pelo menos um nome entre os ex-governantes de Sócrates, que deve escapar à 'varridela': Vieira da Silva.
O vice-presidente da bancada é o braço direito de Ferro Rodrigues e a ligação mais directa a Costa do grupo parlamentar. Além do mais, sendo elemento do núcleo duro de Sócrates (seu ex-ministro), sempre teve um discurso moderado em relação à última governação socialista.
“A decisão é de Costa, mas não faz sentido deixar Vieira da Silva de fora”, diz ao SOL um socialista próximo da actual direcção. Carlos César é outro nome que pode escapar ao crivo. Ainda que o ex-presidente do Governo Regional dos Açores tenha sido um dos mais empenhados defensores do consulado socrático.
A exclusão de pesos pesados do socratismo abre a porta a uma renovação geracional. A oportunidade óbvia para os chamados 'jovens turcos' esbarra porém nos estatutos do PS. Ana Catarina Mendes, Duarte Cordeiro, Pedro Nuno Santos e Marcos Perestrello – todos candidatos prováveis ao secretariado – ficam de fora, por serem já líderes federativos ou concelhios. Neste grupo etário, já Sérgio Sousa Pinto, João Galamba e Pedro Delgado Alves podem beneficiar da ausência de handicaps. Assim como Sónia Fertuzinhos, outra escolha provável para o secretariado.
Pós-seguristas à espreita
Francisco Assis é o nome mais óbvio entre os que, não estando desde a primeira hora com Costa, acabaram por se lhe juntar. Na ala segurista convertida a Costa, há também Álvaro Beleza, que evitou o confronto com o que restava do segurismo, e fechou um acordo sobre a representação nos novos órgãos. A regra de um terço não se aplica ao secretariado, mas Costa pode alargar a inclusão a ex-seguristas, em nome da unidade no partido. “O PS precisa, mais do que nunca, de unidade”, resume um adepto de um secretariado plural.