Na direita portuguesa não há para já o receio de que a esquerda possa crescer por contágio grego. «Em Portugal, a esquerda está a dividir-se e o que é preciso é ver se o BE não vai acabar», comenta uma fonte do Governo, explicando que mesmo o fenómeno Marinho e Pinto – mais receado – «vai buscar mais votos ao PS do que à coligação».
No seio do Executivo, a ideia é a de que a estratégia de Yanis Varoufakis está votada ao fracasso, mas ninguém o quer assumir de forma taxativa. «Ainda é cedo para fazer previsões», comenta um membro do Governo.
De resto, prudência é a palavra de ordem à direita. «É preciso perceber antes o que quer a Grécia. Depende do dia e da hora, a cada momento apresentam uma proposta diferente», ironiza o deputado do PSD Duarte Pacheco, que diz ser importante não meter portugueses e gregos no mesmo saco. «Nós já passámos o cabo das Tormentas. Não estamos na mesma situação».
Em Bruxelas, o clima é idêntico. «É esperar para ver», resume um eurodeputado da direita, que classifica o roadshow grego como uma digressão «de rock stars» sem nada muito concreto para já. «Enquanto não houver uma proposta formal, ninguém se pode pronunciar».
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