"A declaração do presidente Juncker é sábia e espero que seja bem escutada e compreendida pelos diferentes Governos, que têm aqui uma grande oportunidade de uma vez por todas, de travarem este caminho para o precipício, de assumirmos de uma vez por todas que há um problema na Europa, que não é um problema exclusivamente grego e que é tem de ser resolvido de uma forma solidária", afirmou o secretário-geral socialista, António Costa, num comentário às declarações do chefe do executivo comunitário.
Na quarta-feira, o luxemburguês Jean-Claude Juncker afirmou que a 'troika' "pecou contra a dignidade" de portugueses, gregos e também irlandeses, reiterando que é preciso rever o modelo e não repetir os mesmos erros.
Sublinhando que estas afirmações são também uma confissão da política do fracasso da estratégia que tem sido seguida, já que do ponto de vista económico, social e político já se tinha verificado que o programa não tinha resultado, António Costa apontou o momento actual como "um momento de viragem em Portugal e na Europa".
"O que disse o presidente Juncker é a pedra que faltava para encerrar definitivamente este ciclo político", declarou, dizendo esperar que os governos europeus saibam compreender "a profundidade da mensagem do presidente Juncker", em particular o executivo português que tem sido "ultra campeão" da política que fracassou.
"Este é um momento de viragem em Portugal e também na Europa", insistiu, em declarações aos jornalistas à saída de um encontro com legisladores Luso-Americanos, promovido pela Fundação Luso-Americana para o Desenvolvimento (FLAD).
Questionado sobre a situação na Grécia, o líder do PS reiterou que a Europa não pode desperdiçar a oportunidade de "aprender com os erros", já que o que tem acontecido naquele país e em Portugal só demonstra que "esta política fracassou".
"Não há Europa que se fortaleça com este fracasso económico e com esta situação de drama social que estamos a produzir", referiu, considerando que só pode pensar o contrário quem desvalorize o que significa o aumento da pobreza, do desemprego e da estagnação económica.
Lusa/SOL