O que fez com que esta seja a primeira coligação a chegar ao fim?
Foi a capacidade de – correndo o risco do julgamento público e da incompreensão – ter suficiente flexibilidade. Flexibilidade para voltar com a palavra atrás, no caso do agora vice-Primeiro-Ministro, que basicamente disse que saía do Governo e depois acabou por ficar. Isso trouxe e ainda traz muitas críticas e muita incompreensão. Mas se não fosse esta flexibilidade por um lado e por outro lado a resiliência do PM, não se tinha conseguido.
A resiliência de Passos é mais referida do que a flexibilidade de Portas…
Sinto muitas vezes que há uma extraordinária injustiça. O Governo agora está melhor e mais equilibrado. O que seria se nas relações institucionais e pessoais não houvesse a capacidade de dar um passo diferente daquele que tinha sido inicialmente afirmado. Uma qualidade não funcionaria sem a outra qualidade.
CDS e PSD ainda se distinguem?
Eu creio que sim. É obviamente muito difícil numa coligação em que todos estamos a trabalhar no mesmo sentido, com ideias diferentes, marcar essa diferença. Ainda há pouca cultura de coligação em Portugal. Há uma aprendizagem de flexibilidade que é preciso ter. E, se calhar, uma aprendizagem de comunicação do que é semelhante e do que é diferente.
Leia esta entrevista na íntegra na edição em papel do SOL. Já nas bancas
manuel.a.magalhaes@sol.pt
margarida.davim@sol.pt