‘Portas teve a flexibilidade de voltar com a palavra atrás’

No balanço da coligação de Governo entre o PSD e o CDS, Assunção Cristas, a ministra da Agricultura, sublinha que a flexibilidade de Portas para voltar atrás foi essencial.

O que fez com que esta seja a primeira coligação a chegar ao fim?

Foi a capacidade de – correndo o risco do julgamento público e da incompreensão – ter suficiente flexibilidade. Flexibilidade para voltar com a palavra atrás, no caso do agora vice-Primeiro-Ministro, que basicamente disse que saía do Governo e depois acabou por ficar. Isso trouxe e ainda traz muitas críticas e muita incompreensão. Mas se não fosse esta flexibilidade por um lado e por outro lado a resiliência do PM, não se tinha conseguido.

 

A resiliência de Passos é mais referida do que a flexibilidade de Portas…

Sinto muitas vezes que há uma extraordinária injustiça. O Governo agora está melhor e mais equilibrado. O que seria se nas relações institucionais e pessoais não houvesse a capacidade de dar um passo diferente daquele que tinha sido inicialmente afirmado. Uma qualidade não funcionaria sem a outra qualidade.

 

CDS e PSD ainda se distinguem?

Eu creio que sim. É obviamente muito difícil numa coligação em que todos estamos a trabalhar no mesmo sentido, com ideias diferentes, marcar essa diferença. Ainda há pouca cultura de coligação em Portugal. Há uma aprendizagem de flexibilidade que é preciso ter. E, se calhar, uma aprendizagem de comunicação do que é semelhante e do que é diferente.

Leia esta entrevista na íntegra na edição em papel do SOL. Já nas bancas

manuel.a.magalhaes@sol.pt

margarida.davim@sol.pt