Ontem à noite, o vice-presidente do PSD Marco António Costa enviou uma carta com 29 perguntas e um desafio ao PS sobre as propostas socialistas. A missiva social-democrata pedia ao PS que apresentasse os números detalhados do cenário macroeconómico e os submetesse à Unidade Técnica de Apoio Orçamental (UTAO) e ao Conselho de Finanças Públicas para serem avaliados.
A direcção de António Costa pela voz de João Galamba lembra ao PSD que a UTAO e o Conselho de Finanças Públicas “não têm como objectivo avaliar propostas partidárias”. “Não sei se o vice-presidente do PSD conhece a lei”, refere Galamba. E ironiza: "O que esta proposta mostra é que para o PSD, o PS já é Governo e este documento é Orçamento do Estado".
Apesar disso, o PS deixa a garantia que “não deixará nenhuma dúvida e pergunta por responder, do PSD ou de outra entidade”. E que está disponível para apresentar o cenário macroeconómico ao Conselho de Finanças Públicas, lembrando que “não está na lei qualquer tipo de avaliação ou parecer a documentos que não os do Governo”.
No final, João Galamba contra-atacou ao pedir à maioria que apresente “um documento semelhante” ao do PS, uma vez que existem “dúvidas” quanto aos números apresentados, numa referência aos 600 milhões de euros que o Governo quer poupar com pensões. Galamba aproveitou também para lembrar que o PS já enviou uma pergunta ao Governo sobre o Programa de Estabilidade e espera que seja respondida.
sonia.cerdeira@sol.pt