Bandeiras ao alto e muitos militantes anónimos a celebrar com o hino do partido a entrada de Pedro Passos Coelho e do militante número um do PSD, Francisco Pinto Balsemão.
Na Aula Magna era difícil vislumbrar uma cadeira vazia. E a sala aqueceu com os aplausos entusiasmados de um partido que começa a preparar a campanha para as legislativas.
A encenação estava toda lá, com direito a uma cantora acompanhada à guitarra portuguesa para entoar o hino do PSD. E nem faltou uma dupla de jovens apresentadores com um momento ensaiado de humor para anunciar os 5259 novos militantes que se inscreveram no partido este ano e que tiveram direito a verem os nomes num caderno que foi entregue a Passos e a Balsemão.
A uma média de 15 inscrições por dia, o partido usou os novos militantes para mostrar "a força do PSD", apresentando-os como "a prova de que a social-democracia continua viva".
Depois de os últimos dias terem sido marcados pelo reacender da polémica em torno da biografia de Passos, o partido aproveitou para fazer a festa, mesmo que o incómodo com o assunto continue a ser difícil de disfarçar.
Pinto Balsemão foi uma das figuras da noite, com direito a um vídeo sobre o seu percurso no partido, e não escondeu estar "comovido" com a homenagem de que foi alvo é que terminou com uma forte ovação dos militantes.
O militante número um fez questão de elogiar a "coragem, independência e boa educação" de Passos, explicando que apesar de "muitas vezes não estar de acordo" com as opções do primeiro-ministro, reconhece que ele está a "acumular um capital político " que justifica que continue à frente do Governo na próxima legislatura.
Balsemão lança indirecta ao CDS
Balsemão não poupou mesmo o CDS a um recado que pode ser visto como mais uma alfinetada ao parceiro de Governo. O ex-primeiro-ministro frisou que o PSD "existe por si próprio, independentemente das coligações que em cada momento histórico tenha de fazer".
Marcelo Rebelo de Sousa foi até à Aula Magna, depois de ter participado ao longo do ano em vários eventos das celebrações dos 40 anos do partido, de norte a sul do país, numa volta que muitos viram como o arranque de uma possível campanha para Belém.
A primeira fila tinha, aliás, quase todos os proto candidatos do centro-direita às próximas presidenciais. Marcelo, Santana Lopes e Durão Barroso formavam junto ao palco um friso de presidenciáveis. Só faltou Rui Rio.
Rio não esteve na sala, mas teve direito a aparecer em destaque no ecrã gigante onde foi exibido um filme sobre os 41 anos do partido.