Esta posição sobre a intenção do Governo reconduzir Carlos Costa por mais cinco anos nas funções de governador do Banco de Portugal foi transmitida por Ferro Rodrigues numa declaração à agência Lusa em que lembrou a tese defendida por vários órgãos de soberania no verão de 2014, segundo a qual o Banco Espírito Santo (BES) estaria livre de contaminação face aos problemas financeiros do Grupo Espírito Santo (GES).
"A confiança manifestada pelo Governo ao propor a recondução do dr. Carlos Costa demonstra que o primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, e o Presidente da República, Cavaco Silva, não foram certamente levados ao engano na confiança que expressaram há uns tempos sobre o Banco Espírito Santo (BES), enganando milhares de investidores. É só isso que tenho a dizer", declarou.
Na quinta-feira, o Governo anunciou no final do Conselho de Ministros ter decidido enviar à Assembleia da República uma proposta de recondução de Carlos Costa por mais cinco anos nas funções de governador do Banco de Portugal.
Na sequência deste anúncio, em conferência de imprensa, o vice-presidente da bancada socialista Pedro Nuno Santos defendeu a tese de que agora se percebia melhor qual a razão "para o Governo ter sido tão protegido nas suas próprias responsabilidades" no âmbito da comissão parlamentar de inquérito sobre o BES, designadamente sobre a resolução então adotada no verão de 2014.
"A lei sobre o processo de nomeação do governador do Banco de Portugal foi alterada, hoje a nomeação exige uma audição prévia na Assembleia da República e o PS não quer acreditar que essa audição seja um mero formalismo", advertiu Pedro Nuno Santos.
Lusa/SOL