Segundo Cavaco, Portugal tem pela frente «quatro grandes objectivos» para alcançar na próxima legislatura, num quadro que deve ser, sublinhou o Presidente, de «estabilidade política e governabilidade».
«O equilíbrio das contas do Estado e a sustentabilidade da dívida; o equilíbrio das contas externas e o controlo do endividamento com o estrangeiro; a competitividade da economia e a uma carga fiscal em linha com a dos nossos principais concorrentes». Estas devem ser, segundo Cavaco Silva, as grandes linhas orientadoras do próximo governo, «independentemente de quem governa».
Para o futuro, Cavaco olha com optimismo. «Não contem comigo para semear o desânimo e o pessimismo». E deixa farpas aos comentadores que fazem vida «da crítica inconsequente», garantindo não alinhar com os que temem pelo futuro. «Deixo isso aos profetas da descrença e aos profissionais do miserabilismo».
Naquele que foi o seu último discurso como Presidente da República no 10 de Junho, Cavaco fez a história da crise que rebentou quando «em Maio de 2011 fomos obrigados a recorrer ao auxílio externo».
O Presidente recordou os «grandes sacrifícios» a que os portugueses foram submetidos e sublinhou o facto de Portugal ter estado à beira de uma espiral recessiva. «Felizmente, foi possível pôr-lhe cobro», apontou Cavaco, que vê hoje um país a sair da crise, com uma «recuperação gradual» da economia conseguida graças à «atitude, coragem e sentido de responsabilidade» do povo português.
Cavaco Silva aproveitou ainda as cerimónias do dia de Portugal, este ano celebradas em Lamego, para elogiar «os empresários e agentes económicos que não se acomodaram», os jovens agricultores que «são sangue novo» num sector que se tem destacado pelo aumento das exportações, a «nova geração de autarcas» que contribui para o «desenvolvimento económico e social» dos municípios e os investigadores do ensino superior e Ciência que se têm destacado internacionalmente.
São estes portugueses e o facto de os juros da dívida pública terem descido «muito significativamente» que, segundo o Presidente, fazem hoje de Portugal «um destino atractivo e acima de tudo um destino em que se pode confiar».
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