Passos Coelho quer privatização da TAP concluída tão depressa quanto possível

O primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, reafirmou sexta-feira, no Fundão, que o processo da privatização da TAP “foi uma boa decisão” e manifestou a vontade de que o mesmo fique concluído “tão depressa quanto possível”.

"Portanto julgo que foi uma boa decisão e espero que agora possamos andar tão depressa quanto possível na conclusão de todo este processo de maneira a clarificar o futuro da empresa, a dar estabilidade aos trabalhadores, a dar estabilidade aos operadores económicos e a conseguir também atrair mais confiança sobre a própria empresa", disse.

O primeiro-ministro falava à margem da inauguração da Festa da Cereja em Alcongosta, concelho do Fundão, distrito de Castelo Branco, numa visita que incluiu a passagem por um pomar de cerejeiras e a respetiva colheita do fruto, bem como a degustação de um jantar à base de produtos regionais, que foi confecionado por conhecidos chefes de cozinha.

Questionado sobre as críticas da oposição e a eventual reversão do processo, Passos Coelho lembrou que "pelo menos desde 1997" todos os governos sabiam que "a TAP não podia permanecer como estava", defendeu que de cada vez que se adiava a solução se agravam os problemas e recordou que a venda já estava prevista no memorando de entendimento que foi negociado pelo PS.

"Há quase 18 anos que o país anda a ver se consegue ter uma solução para a TAP, nós conseguimos ter uma solução que é inequívoca (…), que dá confiança à empresa e que permite que a dívida bastante grande que a empresa tem, possa vir a ser de alguma maneira reestruturada e resolvida", acrescentou.

O consórcio vencedor assumirá portanto a responsabilidade de capitalizar a empresa para que ela possa dar resultados positivos e nessa medida assumir a responsabilidades financeiras que vêm do passado, com outra possibilidade e com outra força que o Estado não poderia fazer.

O Governo decidiu na quinta-feira vender o grupo TAP, dono da transportadora aérea nacional, ao consórcio Gateway, do empresário norte-americano e brasileiro David Neeleman e do empresário português Humberto Pedrosa.

De acordo com o Governo, a proposta da Gateway era a melhor no que respeita à contribuição para o reforço da capacidade económico-financeira do grupo TAP, ao projeto estratégico e ao valor global apresentado para a aquisição de ações, critérios de avaliação previstos no caderno de encargos.

Em termos financeiros, o consórcio Gateway propõe-se a pagar um valor mínimo de 354 milhões de euros pelo grupo, dos quais dez milhões são encaixe direto para o Estado e o restante sob a forma de injeção de capital na empresa.

Lusa/SOL