De resto, durante a campanha para as eleições de Outubro, a coligação PàF pouco ou nada recorrerá às bandeiras dos dois partidos. As que surgirem nas ruas, jantares e comícios serão levadas por militantes ou por aqueles que se juntem às iniciativas da caravana.
Esta é mais uma forma de garantir um ‘equilíbrio de forças’ e de reforçar o espírito de coesão na coligação, evitando que um dos partidos se sobreponha ao outro, nomeadamente com uma ‘mancha’ de bandeiras do PSD ou do CDS a ofuscar a do outro partido em algumas iniciativas de campanha. “O nosso objectivo é evidenciar que a coligação é sempre mais do que a soma dos dois partidos”, justifica ao SOL um membro da comissão executiva da campanha.
PSD e CDS querem evitar fricções na campanha e mostrar que coligação é mais do que a soma dos dois partidos.
Em algumas acções que já se realizaram, como o jantar que formalizou a assinatura do acordo de coligação em Guimarães ou o comício conjunto em Aveiro, já foi visível a predominância das bandeiras nacionais.
Passos e Portas lado a lado
À partida, tudo aponta para que os líderes do PSD e do CDS andem sempre juntos em campanha. A volta ao país já está a ser planeada e Passos Coelho e Paulo Portas vão estar diariamente lado a lado nas várias iniciativas e também nos jantares e comícios que se realizarão todas as noites. “A lógica é haver uma coordenação total desde o mais alto nível, presidentes e dirigentes do partido, até às bases, distritais e concelhias”, adianta um vice-presidente social-democrata.
A preocupação patente na coligação é a de assegurar total articulação no discurso e na mensagem a passar às bases e ao eleitorado mas também um equilíbrio na representação de dirigentes e membros dos partidos nos vários órgãos e em iniciativas.
Essa foi uma constatação aquando da divulgação da composição da Comissão Política da Coligação – treze dirigentes do PSD e treze dirigentes do CDS (além de seis convidados quase todos eles independentes).
Uma paridade que já não se verificará na elaboração das listas de candidatos à Assembleia da República – uma vez que essas respeitarão a proporcionalidade dos votos obtidos por cada um dos partidos nas legislativas de 2011. As listas deverão ser conhecidas apenas em Agosto, sendo que é dado como certo pelos dois partidos que Passos Coelho será o cabeça-de-lista em Lisboa e Portas o número dois – à semelhança do que sucedeu com a AD de Sá Carneiro e Freitas do Amaral.
* com Manuel Agostinho Magalhães