Álvaro Beleza, como havia dito esta tarde ao SOL, diz aos jornalistas que só aceitará ser deputado se o resultado final da escolha for a contento para o grupo que representa. “Ainda não decidi se sou candidato, isso dependerá do que decorrer da reunião. O partido tem de ser plural e inclusivo”, sublinhou Beleza, concluindo por uma atitude “optimista”. Ao seu lado entraram Eurico Brilhante Dias, João Proença e Jamila Madeira, todos ex-elementos do secretariado de Seguro.
Se para Beleza o balanço é para já assim-assim, para António Galamba, definitivamente, as coisas não correram nada bem. O ex-secretário nacional do PS contesta mesmo as contas que o negociador Beleza tem feito e que lhe permitem ver já um saldo quantitativamente positivo para a quota segurista."É errado", diz, fazer do número dos deputados escolhidos em 2011 por José Sócrates e que depois apoiaram Seguro a bitola. Há que olhar antes para os 30 por cento que Seguro teve nas eleições directas de 2014. Num ataque implícito a Beleza, concluiu Galamba com ironia: “Esse critério é quase o mesmo que o termo de comparação usado pelo primeiro-ministro Passos Coelho para falar do desemprego”.
Menos crispado, Miguel Laranjeiro, que foi secretário para a organização de Seguro, declarou que as suas esperanças de continuar em São Bento são nulas. Questionado sobre se, após ter perdido a indicação da sua distrital (Braga) recebeu algum sinal de que possa vir a entrar na quota de escolhas do secretário-geral, respondeu “não, nenhum”.
Ainda assim, Laranjeiro prometeu contribuir para a unidade interna. “Estarei sempre na linha da frente entre os que ajudarão o secretário-geral a cumprir o compromisso de lutar por uma robusta maioria absoluta”, afirmou aos jornalistas. Uma frase que encerra alguma ironia, tendo em conta a distância a que os socialistas surgem nas sondagens deste resultado.