Costa pede aos eleitores que ajudem Cavaco

O secretário-geral do PS afirmou hoje que é preciso ajudar o Presidente da República a terminar com dignidade a sua longa carreira política, aliviando-lhe problemas com uma maioria absoluta socialista e impedindo-o de usar critérios “não constitucionais”.

António Costa falava aos jornalistas após ter participado num almoço promovido pelo International Club of Portugal, em Lisboa, que contou com a presença de dezenas de representantes do corpo diplomático e, entre vários socialistas, da ex-presidente do PS Maria de Belém.

Confrontado com a mensagem ao país proferida pelo chefe de Estado, na quarta-feira à noite – interpretada em vários meios como um aviso de que o Presidente da República poderá não dar posse um Governo minoritário -, o secretário-geral do PS disse estar perante "um novo critério não constitucional", ao qual os socialistas "responderão com a força democrática do voto dos portugueses".

"Tenho hoje a certeza absoluta que o PS terá uma determinação ainda maior do que nunca de vencer com uma maioria absoluta. E também tenho a certeza absoluta que os portugueses que anseiam não só a mudança de Governo, como também uma mudança de políticas, votarão massivamente no PS para que tenha uma maioria que impeça o Presidente da República de não deixar formar o executivo que será escolhido pelos portugueses", disse.

Depois, António Costa foi interrogado se considera o Presidente da República uma força de bloqueio.

O secretário-geral do PS aplicou então a mesma reação política que o antigo primeiro-ministro, Cavaco Silva, aplicara em relação ao então chefe de Estado, Mário Soares, em 1994.

"O professor Cavaco Silva está no fim da sua carreira política já bastante longa, está a poucos meses do fim do seu mandato e, como ele disse em tempos a propósito de outro Presidente da República, devemos aliviá-lo dos problemas e deixá-lo terminar com a maior dignidade as suas funções. A melhor forma dos portugueses ajudarem o professor Cavaco [Silva] a concluir o seu mandato, sem problemas acrescidos, é darem mesmo uma maioria ao PS", respondeu o secretário-geral socialista.

Lusa/SOL