Assim como não é indiferente que arrume o Syriza e Marine Le Pen no saco dos ‘extremismos’, no momento em que desenvolve a tese de que o Bloco Central é a mãe de todos os males.
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O secretário-geral do PS recebeu-nos na sede do Rato depois de ter sido confrontado em directo na SIC com o avanço de Maria de Belém para uma candidatura presidencial. Mas chegou distendido e falou de tudo, da sua surpreendente proximidade com Wolfgang Schauble, da relação com Deus e do expectativa que teria de o seu pai (militante do PCP) pudesse votar em si, se estivesse vivo. Nas respostas a perguntas que não são estritamente da área política constrói-se um perfil político. E quando fala de José Sócrates e do que fará se o ex-primeiro-ministro fora libertado durante a campanha fica a ideia de que não haverá concessões em relação ao objectivo principal: ser Governo.
Pormenor curioso, que também ajuda a antecipar a campanha, é o ataque frontal a Passos Coelho. Acusa-o de ser arrogante na política, referindo uma conversa de cinco horas com o chefe de Governo sobre privatizações, que o deixou esclarecido. Uma campanha dura, pois, mas sem excessos de linguagem – Costa empolgou-se na parte da entrevista em que se ‘atirou’ à direita, mas conteve-se sempre nas palavras.
A inevitável alusão aos cartazes mostra que o líder do PS não hesitou em associar a palavra ‘Confiança’ à sua cara nos últimos outdoors. Segundo ele, foi isso que arrumou definitivamente a polémica. Noutra questão sensível, a dos debates televisivos, dá a volta com ironia à sua aparente fraqueza nos confrontos televisivos: “O que me falta para chegar à maioria absoluta é um mau debate”.
Vale a pena ler, amanhã, na edição em papel do SOL.