“Tomei esta decisão, considerando os meus deveres enquanto Provedor da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa e, também, as minhas responsabilidades profissionais”, escreve Santana Lopes na nota enviada à Lusa com que arruma definitivamente o assunto que há meses enche páginas de jornais e ocupa comentadores.
“Não serei candidato à Presidência da República nas próximas eleições”, afirma taxativo, relevando que prefere ficar no lugar que já ocupa e onde está a desenvolver um trabalho que lhe interessa e que ainda na última edição do jornal Expresso fez questão de divulgar.
Santana terá, assim, optado por não deixar o certo pelo incerto. Com a cada vez mais provável candidatura de Marcelo Rebelo de Sousa à Presidência, chegar a Belém seria uma tarefa quase impossível. As sondagens dão conta de que Marcelo é de longe o candidato mais forte no centro direita e do lado de Rui Rio continuam movimentações que não excluem uma candidatura.
Caso entrasse na corrida a Belém, Santana Lopes teria de deixar o lugar de Provedor da Misericórdia, onde já por várias vezes disse publicamente estar a fazer um trabalho de que gosta e que teria de abandonar para se dedicar a uma candidatura com hipóteses muito remotas de uma vitória.
Santana justifica o momento escolhido para esta declaração com a vontade de separar as águas entre legislativas e presidenciais. “Deixar a divulgação desta decisão para depois de 4 de Outubro nunca permitiria esclarecer uma provável dúvida desse teor”, afirma.