Jerónimo: Escolha nas eleições é entre ‘trajeto ruinoso’ ou ‘caminho novo’

O secretário-geral do PCP defendeu hoje que o que está em causa nas legislativas de 04 de outubro é ou “insistir no trajeto ruinoso seguido ora pelo PS ora pelo PSD e CDS” ou abrir “um caminho novo”.

Jerónimo de Sousa, que falava na Quinta da Atalaia, Seixal, perante trabalhadores que preparam o recinto para a Festa do Avante, pediu um reforço da votação da CDU nas eleições de 04 de outubro.

"Aquilo está em causa nas eleições de 04 de outubro é a escolha entre dois caminhos: ou insistir no trajeto ruinoso da política seguida ora pelo PS ora pelo PSD e CDS ou abrir um caminho novo, a construção de uma política alternativa patriótica e de esquerda com o reforço da CDU para que a CDU pese mais para que esse caminho novo, para que essa alternativa se afirme", disse.

"Este partido está em condições, com o seu reforço, de assumir todas as responsabilidades. Está pronto e preparado para participar nas soluções, incluindo nas soluções governativas", disse o secretário-geral do PCP, convicto de que, se as sondagens acertarem, a atual maioria PSD/CDS vai levar "uma banhada" nas eleições.

Jerónimo de Sousa deixou ainda críticas aos que defendem uma maioria absoluta saída das próximas eleições legislativas e afirmou que sempre que isso aconteceu "nunca houve foi estabilidade na vida das pessoas".

"O próprio PS vem em nome da estabilidade, no seguimento daquilo que afirmou o Presidente da República, geralmente tão calado, mas que veio a terreiro defender uma maioria absoluta em nome da estabilidade governativa. É preciso lembrar ao Presidente da República e é preciso lembrar fundamentalmente ao povo português que sempre que existiram maiorias absolutas, fosse do PS, fosse do PSD, houve estabilidade governativa, o que nunca houve foi estabilidade na vida das pessoas pela política de direita que foi realizada", apontou.

O líder comunista alertou ainda que "vai haver por aí muita mistificação, muito engano" e afirmou que o que está em causa nas legislativas não é a eleição de um primeiro-ministro, é a escolha dos 230 deputados da Assembleia da República.

Segundo Jerónimo de Sousa, "outra mistificação é a ideia (apresentada pelas sondagens) de que existe um debate técnico".

"Mesmo essas sondagens, que têm sempre um valor relativo, indicam esta coisa espantosa: é que tendo em conta os resultados de há quatro anos atrás, verificamos que as sondagens dão 30 e tal por cento ao PSD e o CDS" quando esses partidos "tiveram mais de 50% dos votos há quatro anos".

Se as sondagens acertarem, "o PSD e o CDS, os partidos do Governo, vão levar uma banhada, vão sofrer uma derrota pesada nestas eleições para a Assembleia da República", disse Jerónimo de Sousa, recebido já em clima de festa pelos presentes na Quinta da Atalaia.

A 39.ª edição da Festa do Avante vai decorrer nos dias 04, 05 e 06 de setembro.

Lusa / SOL