"No dia em que o táxi se manifestou em Lisboa, Porto e Faro, asseguramos a defesa do sector dos transportes públicos assegurado pelo táxi, contra a liberaização através da Uber e outros clandestinos a par dos tuk-tuk", criticou Jerónimo de Sousa.
O secretário-geral do PCP chegou mais de meia hora atrasado à iniciativa de campanha, um encontro com trabalhadores dos transportes marcado para as 14h30, precisamente porque a cidade de Lisboa esteve cortada em vários pontos devido aos protestos dos taxistas. Jerónimo de Sousa colocou-se ao lado dos taxistas, contra a Uber e os tuk-tuk que não cumprem com a "legislação do trabalho, com os requisitos e licenciamento exigidos ao sector do táxi, desvalorizando os trabalhadores, para fugirem aos impostos". "Tudo em nome de uma suposta modernidade", concluiu.
O início do encontro, no Largo Camões, foi marcado pelos protestos e buzinadelas dos taxistas. "Então olha lá, o nosso protesto aqui hoje é pelos taxistas?", comentava um camarada entre os mais de 100 que acompanharam a iniciativa da CDU. Jerónimo aproveitou o momento para mostrar solidariedade para com a luta dos taxistas e também para com a luta dos trabalhadores dos transportes, principalmente das empresas públicas que estão em vias de privatização ou já foram privatizadas, do Metro, à ANA, da CP à Carris. E agradeceu a mobilização num lugar que tem sido ponto de encontro de muitos protestos ao longo destes quatro anos contra o Governo.
O ataque ao PS
Apesar do tema ser o sector dos transportes, Jerónimo de Sousa não esqueceu que a campanha vai no adro e precisa de combater o voto útil a que o PS se agarra. Por isso mesmo, declarou que os portugueses vão fazer a "escolha entre dois caminhos": "O projecto continuado por PS, PSD e CDS que tem arruinado o país" ou "o caminho novo com a CDU". "É a escolha", clarificou Jerónimo.
O ataque ao PS prosseguiu com o secretário-geral comunista a lembrar que "a CDU esteve sempre do lado certo", enquanto o PS esteve "comprometido" com a política de direita. "Muitas vezes quando saíram da toca era para apoiar iniciativas do Governo", acusou.