O antigo presidente do PSD discursou ontem em Guimarães, numa ação da campanha eleitoral da coligação no distrito de Braga.
“Todos temos a noção de que governar Portugal não está fácil, que o tempo dos homens providenciais passou e não pode chegar uma pessoa a dizer ‘eu vou formar uma equipa e governar o país’”, começou por salientar Marcelo Rebelo de Sousa, destacando que isso é o que tem acontecido sempre a António Costa. “Como não há quaisquer porta-vozes setoriais no PS, as pessoas logo perguntam quem é afinal das finanças, da economia, da educação, da saúde e ainda da segurança social, mas ninguém fica a saber nada ao certo. Há um vazio no PS, onde ninguém fala sobre essas matérias”.
E se “a maioria está a explicar porque tomou medidas e realizou defesas, perante a situação financeira que levou à entrada da troika e ao memorando de entendimento”, já “no discurso do PS nunca houve uma explicação para o que aconteceu em 2011 e para aquilo que já se está a passar hoje em dia, com as melhorias” que já se verificam.
‘Costa oscila do centro para a esquerda’
“Mário Soares, António Guterres e mesmo José Sócrates posicionaram-se ao centro, só que agora António Costa tem tido uma dificuldade enorme em fazer a escolha: entre posicionar-se ao centro, para conquistar o eleitorado central e para tentar governar o país ao centro, ou então fazer um apelo útil à esquerda e assim posicionar-se à esquerda”, explicou Marcelo Rebelo de Sousa. Isso, acrescentou, “obriga a dois discursos ao mesmo tempo e que são muito confusos para a cabeça dos portugueses: por um lado o discurso de quem quer ser primeiro-ministro ao centro, mas está permanentemente a ter de fazer viragens, acenos e apelos à esquerda”, afirmou. “Os portugueses terão assim de decidir, no dia 4 de outubro, se querem um homem só ou uma equipa, isto é, se querem quem anda por aí a deambular entre o centro e a esquerda ou quem está de facto ao centro”, concluiu Marcelo Rebelo de Sousa.