Freitas do Amaral acusa Passos Coelho de “insensibilidade social” e de “manipular os números, para poder fugir à verdade plena, sobretudo através de omissões e meias verdades”.
“Como democrata-cristão chocou-me e indigna-me a falta de sensibilidade social desta direita neoliberal, que conscientmente tributa mais o trabalho do que o capital, e que pretende resolver todas as crises à custa das classes médias – sem as quais não pode haver Democracia”, escreve Freitas num artigo de opinião publicado na revista Visão.
“Como democrata também não gostei nada do estilo neoautoritário do PM, que aos poucos conseguiu controlar quase todos os órgãos de comunicação social”, acusa ainda o ex-líder centrista.
Por contraponto, assume que o PS de Costa lhe merece “mais simpatia do que o actual PSD”. Isto porque, justifica, “se o PSD foi, e é, o partido da austeridade acima de tudo, o PS apresenta-se (e bem) como o partido do crescimento económico e da criação de emprego, dentro dos necessários equilíbrios financeiros”.
O fundador e ex-lider do CDS, que já foi ministro dos Negócios Estrangeiros do governo de José Sócrates, irozina ainda a propósito do que considera ter sido o “desprezo público de Passos Coelho pelo CDS”. Isto, acrescenta, “até ao dia (já em 2015) em que concluiu pelas sondagens que ia precisar outra vez do CDS, logo transformando arrogância e humilhações em sorrisos e palmadinhas nas costas. Que baixeza!”
Implacável, Freitas remata no artigo que assina na Visão, “justiça social em democracia e na Europa, hoje, só com o PS”. E cita Churchill para anunciar o seu voto em António Costa: “Às vezes é necessário mudar de voto ou de partido, para não ter de mudar de princípios”.