Costa manda Passos e Portas para a rua com ajuda de segurista

António Costa instou hoje os indecisos, os que estão em casa e não sabem em quem votar, a dizer a Pedro Passos Coelho e Paulo Portas “rua, basta!” E teve a ajuda de um segurista, Álvaro Beleza.

“É altura de todos os que aqui estamos, aqueles que estão em casa a pensar em como irão votar, os que já sofreram tanto e acham que não vale a pena ir votar, é altura de dizer na cara de Passos Coelho e Paulo Portas o que eles têm que ouvir. Rua! Basta! Queremos outra política", defendeu o líder do PS, no comício desta noite, em Leiria, distrito pelo qual já foi deputado em 2002 e onde teve uma calorosa recepção.

Num discurso menos aguerrido do que o de ontem – onde desenterrou os submarinos de Portas e o BPN dos “amigalhaços” de Passos -, Costa acusou a coligação de “desprezo pelas pessoas e incompetência na sua gestão das finanças públicas” agarrando-se à derrapagem do défice à conta do Novo Banco.

Depois de o primeiro-ministro ter vindo justificar esta derrapagem como um efeito meramente estatístico, o líder do PS aproveitou os dados da UTAO (Unidade Técnica de Apoio Orçamental) como argumento, referindo que mais grave que a subida do défice de 2014 são os dados da evolução orçamental que apontam para o risco de incumprimento das metas deste ano. Uma prova de que Passos e Portas “fracassaram totalmente no seu objectivo”, acusando-os de “falta de respeito” e "enganar" os portugueses.

Álvaro Beleza, que dá a cara pela oposição interna no PS, foi a Leiria dar a mão a António Costa, num sinal de unidade interna. “É um homem de consenso, um socialista, somos um partido de consenso, um partido de charneira. Somos gente séria, é um homem sério”, defendeu Beleza.

“Acham que este senhor que está aqui à minha frente é um perigoso radical?”, questionou Beleza, conotado com a ala direita do partido, numa resposta a Paulo Portas que acusou o PS de ter sido tomado de assalto por um grupo de neoliberais de Harvard.  

O dirigente socialista quis ainda deixar uma nota sobre as sondagens que têm mantido PS e coligação em empate técnico: “Essa coisa das sondagens em tempo de batalha não se olha para o lado. É o povo quem mais ordena, é o povo quem vai votar.”