O líder da coligação assegura que PSD e CDS vão continuar “dispostos a dialogar com todos os partidos que tenham assento no Parlamento e queiram ajudar a fazer um Portugal melhor”. A promessa é a de que estarão “abertos a estabelecer compromissos importantes”.
Com a “maioria” que os apoiantes começaram hoje a reclamar ainda distante nas sondagens, que insistem em colocar o empate técnico como muito provável, Passos Coelho alinha no discurso que Cavaco repete ao longo do mandato.
“Lanço por isso daqui, em plena campanha eleitoral, a todos os partidos que concorrem connosco nas eleições um desafio para que usem a campanha eleitoral para mostra as suas diferenças, para apresentar as suas proportas, que deixem de o insulto ou a insinuação”. A frase é uma citação de Passos no almoço em Mirandela, mas podia ser retirada de um discurso do Presidente da República.
Passos sabe que indo ao encontro do pensamento do Presidente e dando sinais de que privilegia a estabilidade governativa, terá mais hipóteses de que Cavaco o chame a formar governo, mesmo sob a ameaça de Costa de vir a inviabilizar um orçamento da coligação.
Mas não é só: Passos quer também, com este discurso, convencer o eleitorado moderado do centro de que votar na coligação será a única forma de garantir que o país será governável depois de 4 de Outubro.
Quase a acabar a primeira semana de campanha oficial, Passos reconhece que “é preciso ter ainda mais garra” para conseguir a vitória nas eleições.
Mas as sondagens animam o líder da coligação, que acha que os bons resultados que a PàF está a conseguir vão convencer ainda mais portugueses a, como deu a entender hoje em Macedo de Cavaleiros, perder a vergonha de apoiar a PàF.
Passos acha que, olhando para as intenções de votos muitos eleitores vão chegar à conclusão de que “aquilo que pensavam consigo próprios é afinal o que pensa a maioria das pessoas em Portugal”.
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