Marinho e Pinto desapareceu. Depois de ter sido um dos vitoriosos das eleições europeias, elegendo dois eurodeputados, o eleitorado desta vez zangou-se com ele. Talvez tenha havido uma percepção que, apesar de muito palavroso, o seu discurso é, em grande parte vazio, e que ele não consegue fazer o que promete (“a formiguinha do parlamento europeu…”). A sua indignação contra os salários dos eurodeputados, segundo ele escandalosamente elevados, mas que não devolveu, de certeza que também não ajudou o PDR.
O Livre, de Rui Tavares, que nasceu com a intenção programada de ajudar à união das esquerdas, também falhou. Talvez tenha sido vítima do êxito do Bloco de Esquerda, que se chegou a mostrar disponível para entendimentos com o PS, mediante condições. Rui Tavares é um homem muito inteligente, mas desta vez foi derrotado.
Sempre presente (honra lhe seja feita) é o MRPP. Desta vez, a atenção centrou-se na frase que constava na sua propaganda eleitoral “Morte aos Traidores”, e que foi posteriormente retirada, o que foi uma decisão de bom senso, pois apelar ao ódio raramente é uma boa estratégia. Além disso, se houvesse uma guerra civil em Portugal, entre os “traidores” e os outros, duvido que a vitória sorrisse ao MRPP. Mas esses são tempos cada vez mais afastados.
Houve, por fim, um episódio a roçar a pornografia, do qual não me apetece escrever por que me causa algum asco, e mais uma série de micropartidos, que não conseguiram fazer passar as respectivas mensagens, e muitos desaparecerão dentro de pouco tempo. O facto de terem sido tantos é explicado pela mesma razão que ditou a votação elevada do Bloco de Esquerda: muita gente está farta do estado a que o país chegou.
Uma última nota para a liderança de António Costa no PS. Citando Mark Twain: “Os relatos da minha morte foram grandemente exagerados.”