Se há dois nomes que parecem seguros num próximo elenco governativo são os de Maria Luís Albuquerque e de Assunção Cristas. Passos Coelho já revelou ter “na cabeça” o próximo responsável pelas Finanças e ninguém duvida que será Maria Luís. “Só se ela não quiser”, comenta um vice-presidente do PSD. De resto, os elogios feitos ao longo da campanha por Passos à sua ministra das Finanças atestam a confiança que tem nela. Passos foi até ao ponto de revelar, num jantar em Setúbal, que lhe deu a hipótese de escolher por que distrito queria concorrer, já que era “desejada” por várias distritais.
Cristas é outra ministra que tem sido alvo de vários elogios por Passos e Portas, numa campanha que tem usado o sucesso do setor agro-alimentar como uma das provas dos bons resultados das políticas do Governo. Passos e Portas não se têm cansado de louvar o trabalho de uma ministra que conseguiu uma taxa de 100% na execução dos fundos do PRODER e concluiu o processo difícil do parcelário em Bruxelas.
“Como ministra da Agricultura e do Mar desenvolveu realmente um papel impressionantemente importante para que Portugal neste últimos anos tivesse oferecido aos agricultores portugueses, à economia portuguesa a possibilidade de investir, reinventar-se e de estar a dar cartas”, reforçou Passos Coelho na campanha, em Leiria, o distrito onde Assunção foi a número dois. “Obrigada, Assunção Cristas, por todo esse trabalho”, disse o primeiro-ministro.
Os que estão de saída
Nuno Crato, Paulo Macedo, Rui Machete, Pires de Lima, Poiares Maduro, Paula Teixeira da Cruz e Anabela Rodrigues são nomes que não se devem repetir num próximo governo.
A Eucação e a Saúde são áreas onde devem aparecer caras novas, muito provavelmente de independentes, embora ainda ninguém arrisque nomes. Crato tem revelado estar cansado e é dado como certo de que não se manterá na Educação. Na Saúde, também é provável que Macedo saia. Machete, dada a idade avançada é um nome que se dá como estando fora do baralho da próxima governação.
Pires de Lima e Poiares Maduro são dois ministros que, por vontade própria, deverão sair para se dedicarem às suas vidas profissionais no setor privado.
Outro nome que terá essa vontade de regressar ao privado é o secretário de Estado Sérgio Monteiro. Teve um papel importante na gestão de dossiês difíceis como as privatizações da TAP, da Carris e do Metro e é visto como uma mais-valia na equipa governativa que poderia chegar a ministro, mas a vontade de se dedicar à carreira pode inviabilizar esse cenário.
Anabela Rodrigues é quase unanimente considerada “um erro de casting” na Administração Interna, pelo que o seu nome está na lista dos mais prováveis no que toca a saídas do Governo. Quando foi nomeada para suceder a Miguel Macedo dizia-se que tinha um currículo mais adequado ao Ministério da Justiça, mas os conflitos com as polícias podem fazer com que fique de fora das hipóteses para suceder a Paula Teixeira da Cruz, outra ministra que por motivos pessoais estará sem vontade de continuar no Governo.
Os que podem entrar
Passos Coelho já deu por diversas vezes provas de que não se deixa influenciar nas escolhas e, entre os mais próximos, acredita-se que lançar nomes como prováveis ministros pode queimar as hipóteses de concretizar essa ‘promoção’.
Mesmo assim, há nomes de que se fala como possíveis ministros. Um deles é o de Luís Montenegro, o líder parlamentar do PSD que é visto como alguém com capacidades para chegar a ministro da Administração Interna ou dos Assuntos Parlamentares.
João Almeida é outro que pode sonhar com a promoção. Na campanha, Portas já lhe elogiou “o carisma” e o trabalho feito na Administração Interna como secretário de Estado dá-lhe argumentos para almejar mais responsabilidades: a época de fogos este ano foi, apesar de tudo, gerida sem grandes dramas. Como no CDS a margem é menor para alterações, Almeida pode cumprir a quota de renovação centrista.
O trabalho que Marco António Costa tem feito na gestão do partido desde que saiu do Governo e da campanha nestas últimas semanas fazem com que seja impossível não pensar nele como um possível ministro dos Assuntos Parlamentares. Mas Marco António não quererá aparecer nessas contas. Fontes próximas asseguram que deverá continuar a ser “o homem do aparelho”, um papel que já provou desempenhar bem, que é relevante e para o qual será difícil encontrar rapidamente um sucessor à altura. Uma alternativa será ser o próximo líder parlamentar, caso Montenegro saia para o Governo.