Referendo interno do PS, jogada de mestre do Irão

Segundo o Diário de Notícias, se se formar uma coligação de governo PS – PCP – BE, essa coligação será sujeita a referendo entre os militantes do PS. O que, tendo em conta o radicalismo do PCP e do BE, parece-me uma excelente ideia (que é de Vítor Ramalho, dirigente histórico do partido e amigo…

Li também no Diário de Notícias que os recentes bombardeamentos que a Rússia está a fazer na Síria resultam de um plano apresentado pelo Irão em Julho. Os Russos são aliados do regime sírio desde os tempos da guerra fria, e o Irão também é aliado, porque os muçulmanos da Síria, embora maioritariamente sunitas, são governados por uma minoria xiita. O Irão é o maior país xiita do mundo, e não despreza a oportunidade de estender a sua influência no Médio Oriente.

Assim, os russos usam a sua força aérea, enquanto os iranianos já terão tropas especiais no terreno. Desta forma, o plano russo – iraniano parece estar a resultar, com o reforço do presidente da Síria, o ditador al – Assad. Ganha o seu regime, a Rússia e o Irão, e perdem os grupos hostis a al-Assad, quer os que são apoiados pelo ocidente, quer o estado islâmico, contra o qual toda a gente está contra, mas que foi apoiado, mais ou menos discretamente, pelos nossos aliados da Nato, a Turquia, que vê com bons olhos a perseguição do estado islâmico aos curdos, e também pelas monarquias árabes sunitas do golfo pérsico, que gostariam de ver um regime xiita (o de al-Assad) trocado por um sunita.

Os Estados Unidos não se querem envolver noutra guerra no Médio Oriente, o que é compreensível. E assim, a aliança Síria – Irão – Rússia tem possibilidades de resultar.