Dois anos depois, em 1987 – numa situação política e parlamentar muito semelhante à que hoje vivemos, com António Costa e a deriva esquerdista do PS –, os três partidos à esquerda (PS, PRD e PCP), com 140 deputados no Parlamento, derrubaram o Governo minoritário de Cavaco Silva (o PSD tinha 88 deputados e o CDS 22) e tentaram que o Presidente da República nomeasse um Governo das esquerdas – derrotadas nas eleições, mas maioritárias no Parlamento. O Presidente era, então, Mário Soares e travou essa golpada política de secretaria, dissolvendo a AR e marcando novas eleições. Com os resultados que se conhecem.
Daí para cá passaram-se 30 anos, com o PCP remetido ao seu papel de partido de protesto, nostálgico do passado soviético e da sua breve e episódica hegemonia à esquerda no pós-25 de abril. Eis senão quando aparece António Costa a abrir a porta do poder ao PCP e à esquerda radical, esquecendo a matriz antieuropeia e totalitária desses partidos, sujeitando o PS a profundas e dilacerantes divisões internas, arrastando os socialistas para um cenário de pesadelo político a curto prazo.
30 anos depois, o PCP encontrou um novo Zenha no PS. Chama-se António Costa e veio ressuscitar os sonhos comunistas de hegemonia à esquerda.