Num contexto de impasse político em Portugal, na sequência das eleições legislativas de 04 de outubro, Pedro Passos Coelho, António Costa e Catarina Martins reunir-se-ão hoje com as respetivas famílias políticas europeias, antes do início dos trabalhos do Conselho Europeu, no qual Passos representará Portugal enquanto primeiro-ministro em exercício.
Passos Coelho participará na reunião do Partido Popular Europeu (PPE), a maior família política europeia, enquanto António Costa estará na reunião do Partido Socialista Europeu (PSE), nos encontros que tradicionalmente antecedem os Conselhos Europeus, indicaram à Lusa fontes partidárias.
Ambos deverão dar conta às respetivas famílias políticas europeias do processo em curso em Portugal para a formação do Governo, na sequência das eleições legislativas, que a coligação formada por PSD e CDS venceu, mas sem maioria absoluta, o que levou a uma sucessão de reuniões entre partidos, em busca de um compromisso para um "governo estável", mas até agora inconclusivas.
Além de Passos Coelho e António Costa, também a porta-voz do Bloco de Esquerda, a terceira força política mais votada nas eleições de 04 de outubro, e que também tem estado em conversações com os socialistas, estará na quinta-feira em Bruxelas, para se reunir com a presidente do Grupo da Esquerda Unitária (GUE).
Relativamente ao Conselho Europeu, que terá início às 16h00 locais (15h00 de Lisboa), a crise migratória voltará a dominar a cimeira de chefes de Estado e de Governo da União Europeia, com os líderes a analisarem se as medidas já adotadas ao nível europeu são suficientes.
O presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, que anunciou na quarta-feira a intenção de concluir os trabalhos da cimeira ainda hoje à noite (inicialmente a reunião deveria prolongar-se até sexta-feira ao início da tarde), indicou na tradicional carta-convite dirigida aos líderes europeus que já será possível "fazer uma primeira avaliação" das medidas acordadas pelos 28 na cimeira extraordinária de setembro passado.
Os líderes europeus deverão designadamente analisar se as medidas já adotadas e/ou decididas no quadro da resposta da União Europeia à crise de refugiados "são suficientes para conter novos fluxos migratórios" no futuro, e, neste contexto, discutir uma revisão das atuais regras europeias de gestão de pedidos de asilo (a chamada convenção Dublin) e um reforço das fronteiras externas, incluindo a criação de um corpo de guardas-fronteiriços europeu.
Lusa/SOL