Um Governo de continuidade e a prazo?

Pedro Passos Coelho já apresentou esta manhã ao Presidente da República o novo elenco governativo, o do XX Governo. E tal como se previa é um Executivo composto sobretudo por figuras do PSD e do CDS, contando ainda assim com três figuras independentes, o constitucionalista Rui Medeiros, a ex-vice-reitora da Universidade de Coimbra Margarida Mano…

Um Governo de continuidade e a prazo?

O novo Governo de Passos Coelho e de Paulo Portas revela uma aposta na continuidade – com vários ministros a manterem-se em funções e com a promoção de três secretários de Estado à categoria de ministros. E mantém até o equilíbrio de forças entre PSD e CDS, sendo que nem sequer há alterações nos ministérios que os centristas detinham no anterior governo: Segurança Social, Agricultura e Economia (além de Paulo Portas como vice-primeiro-ministro).

Com as moções de rejeição do programa do Governo já anunciadas pelo PS, PCP e BE são muito grandes as probabilidades deste ser um Executivo a prazo – mais precisamente com a duração de dez dias (o tempo que o primeiro-minsitro indigitado tem para levar o documento a dicussão no Parlamenot) – o que justificará as escolhas de Passos Coelho.

Entre os oito novos ministros do XX Governo estão três secretários de Estado que sobem a ministros: Teresa Morais é o rosto do novo Ministério da Cultura e da Igualdade; Leal da Costa sucede a Paulo Macedo no Ministério da Saúde; e o centrista Miguel Morais Leitão passa de secretário de Estado-adjunto de Paulo Portas a ministro da Economia.

De resto, Passos Coelho socorreu-se do partido e foi buscar Fernando Negrão – que falhou a eleição para a presidência da Assembleia da República – e entregou-lhe o Ministério da Justiça. O presidente do Conselho de Jurisdição Nacional do PSD, Galvão da Silva, será ministro da Administração Interna, e Carlos Costa Neves, ex-líder do PSD/Açores está de volta a um cargo governativo para assumir a tutela dos Assuntos Parlamentares.

Mantém-se exatamente nos mesmos cargos, para além de Passos e Paulo Portas, Maria Luís Albuquerque, na pasta da Finanças, Rui Machete, no Ministério dos Negócios Estrangeiros Aguiar-Branco, no Ministério da Defesa, Marques Guedes, Ministério da Presidência e do Desencolvimento Regional, Jorge Moreira da Silva, Ministério do Ambiente, Ordenamento do Território e Energia, Assunção Cristas, Ministério da Agricultura e do Mar, e Luís Pedro Mota Soares, Ministério da Solidariedade, Emprego e Segurança Social.

De saída, e por vontade própria já anunciada, estão Paula Teixeira da Cruz, ministra da Justiça, Pires de Lima, ministro da Economia, e Miguel Poiares Maduro, ministro-adjunto do primeiro-ministro. Também a independente Anabela Rodrigues, que sucedeu a Miguel Macedo na Administração Interna, abandona as funções governativas por nunca ter chegado sequer a convencer.

sofia.rainho@sol.pt