Na reunião com o PS, a porta-voz do BE não se comprometeu, aguardando-se com expectativa o desfecho das negociações com os comunistas. É que do grau de comprometimento do PCP poderá depender o compromisso do BE num governo. Em entrevista ao Diário de Notícias no fim-de-semana, Catarina Martins deixou pela primeira vez a porta aberta fazendo depender uma entrada no Governo "do campo da convergência dos compromissos políticos". "Há um campo em que existindo determinadas condições é normal que haja uma solução governativa com vários partidos", assumiu.
Durante as reuniões técnicas, a ida de BE e PCP para o Governo não foi equacionada, tal como o SOL noticiou a semana passada, mas quando o debate passou para o nível político e desde o início da semana que a hipótese ganhou força. Apesar disso, o PCP permanece como mais reticente em assinar o acordo à esquerda.
Neste jogo de sombras, veio a lume que os comunistas poderiam não assinar qualquer acordo. "A palavra de um comunista vale tanto como um papel assinado", disse João Oliveira, um dos membros da equipa negocial, à Antena 1. Também Os Verdes fizeram saber que viabilizariam um governo PS "mesmo que não houvesse um acordo expresso".
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