No comentário de domingo à noite, na SIC, Mendes frisou que as medidas negociadas à esquerda "são simpáticas, mas todas aumentam a despesa ou reduzem a receita e ainda se promete reduzir o défice". "Mas como é que isto vai ser feito? De onde vem o dinheiro para isto tudo?", questionou, lembrando que "não há milagres em política nem em economia". Por outro lado, acrescentou, "é obvio ali que se distribui riqueza e fomenta-se o consumo, mas não se vê onde é que se vai produzir riqueza".
O ex-líder do PSD criticou, por outro lado, o facto de o programa apresentado no sábado pelo PS não conter uma linha sobre reformas estruturais de que o país precisa, como, por exemplo, na "Segurança Social e na administração publica".
'Um sinal de fragilidade'
Marques Mendes considerou que o facto de PCP e BE não irem fazer parte do governo PS "é um sinal de fragilidade" que não dá à partida quaisquer garantias de estabilidade na governação. E o problema nem será tanto o primeiro orçamento: "Ao que me dizem, na moção aprovada pelo Comité Central do PCP não está lá expressamente a viabilização dos orçamentos nos quatro anos. Ora, o problema não é o primeiro orçamento, mas os seguintes".
>> Mendes manifestou-se mais uma vez convicto de que o Presidente da República vai indigitar António Costa para formar governo após a rejeição, amanhã, no Parlamento, do executivo de Passos Coelho. Antes, "o mais provável é Cavaco Silva ouvir primeiro os parceiros sociais, as organizações sindicais e patronais, e personalidades" da vida pública, mas não o Conselho de Estado.